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Peru passa a exigir passaporte de venezuelanos

17 de agosto de 2018

Depois do Equador, governo peruano endurece regras para entrada em seu território. O Peru é o segundo país que mais recebeu imigrantes venezuelanos nos últimos meses.

Em Lima, venezuelanos fazem fila para pedir visto de permanência no país
Em Lima, venezuelanos fazem fila para pedir visto de permanência no país Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Mejia

O governo peruano anunciou nesta sexta-feira (17/08) que passará a exigir a apresentação do passaporte para os cidadãos da Venezuela que desejam entrar no país. Estima-se que 400 mil venezuelanos chegaram ao Peru nos últimos meses.

Segundo o ministro do Interior peruano, Mauro Medina, a exigência do passaporte visa garantir a segurança e possibilitar à polícia um registro adequado, com fotografia e digitais, daqueles que entram no país.

Até agora, venezuelanos podiam atravessar a fronteira peruana apenas com um documento de identidade. Com a crise econômica e política, obter um passaporte na Venezuela pode demorar meses devido à falta de material e trâmites burocráticos.

Medina negou que a medida seja discriminatória. "Não há nenhuma atitude hostil ou de perseguição. Temos que pensar na segurança dos cidadãos e todas as pessoas têm que entender isso", ressaltou. A exigência do passaporte entra em vigor no dia 25 de agosto.

Segundo dados da Superintendência Peruana de Migração, 80% dos venezuelanos que entram no Peru possuem passaporte. 

O anúncio é feito um dia após o Equador adotar medida semelhante. Quito afirmou na quinta-feira que passará a exigir a apresentação de passaporte a todos os estrangeiros que desejam entrar no país. 

O fluxo migratório de venezuelanos no Peru bateu um recorde em 11 de agosto, quando 5,2 mil cidadãos do país cruzaram a fronteira com o Equador em apenas um dia. O Peru é o segundo país que mais recebeu imigrantes venezuelanos nos últimos meses, atrás apenas da Colômbia.

Segundo a ONU, cerca de 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país devido à crise econômica e política que assola a Venezuela. Além do desemprego, os cidadãos enfrentam a escassez de alimentos e medicamentos. 

No Brasil, estima-se que, em média, 500 venezuelanos entrem no país pela fronteira de Roraima todos os dias. O estado já recebeu cerca de 50 mil venezuelanos. Devido ao grande fluxo migratório, a fronteira chegou a ficar fechada por 17 horas no início de agosto após a determinação de um juiz federal.

CN/efe/dpa/ap

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