Nova sondagem mostra partido populista Alternativa para a Alemanha como terceira força política do país, agora com 13% do apoio eleitoral. Legenda de Merkel mantém liderança, seguida do SPD. Alemães votam no domingo.
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Uma pesquisa eleitoral divulgada nesta sexta-feira (22/09), a dois dias da eleição legislativa na Alemanha, confirma uma vitória com folga do partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, e revela uma ascensão do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Na sondagem, a AfD aparece ainda mais forte em terceiro lugar, com 13% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada pelo instituto Insa sob encomenda do jornal alemão Bild. O índice é o mais alto já alcançado pelo partido em sondagens eleitorais neste ano.
A União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e sua ramificação bávara, a União Social Cristã (CSU), mantiveram a liderança com 34% de apoio. O Partido Social-Democrata (SPD) segue em segundo lugar com 21%. A legenda A Esquerda vem atrás da AfD com 11% das intenções de voto, seguida do Partido Liberal Democrático (FDP), com 9%, e do Partido Verde, com 8%.
Eleitor alemão tem dois votos
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A sondagem do Insa foi realizada entre esta quinta e sexta-feira com mais de 2 mil eleitores, por meio de entrevistas por telefone e pela internet, informou o instituto de pesquisas.
Uma outra pesquisa, divulgada nesta sexta-feira pela revista Stern e pela emissora RTL, traz CDU/CSU com 36% do apoio do eleitorado e o SPD com 22%. A AfD aparece com 11% das intenções de voto, subindo dois pontos percentuais desde a última sondagem realizada pelo grupo.
A importância do terceiro lugar
O terceiro lugar na eleição legislativa alemã tem um grande significado simbólico e é estrategicamente importante para os partidos. Isso porque, se houver uma reedição da atual grande coalizão entre a CDU de Merkel, a CSU e o SPD, o terceiro lugar na eleição assume a liderança da oposição no Bundestag (Parlamento).
Especialmente para a populista AfD, que é rechaçada por todos os demais partidos e entra pela primeira vez no Parlamento, conquistar esse posto teria um enorme valor simbólico.
Mas não só simbólico. Em debates no Parlamento, por exemplo, o líder da oposição fala logo depois do representante do governo, geralmente a chanceler federal, e pode assim reagir de imediato às posições dela, influenciando o rumo do debate.
A eleição legislativa ocorre na Alemanha no próximo domingo, 24 de setembro. Se confirmado o muito provável ingresso da AfD no Bundestag, será a primeira vez que um partido populista-nacionalista estará representado no Parlamento alemão no pós-guerra.
EK/afp/rtr/dw/ots
Cartazes eleitorais na Alemanha
Personalizados, coloridos ou controversos: os rostos dos candidatos à eleição para chefe do governo já estão nas ruas. Veja aqui como os principais partidos do país apresentam seus protagonistas.
Foto: picture alliance/dpa/B.Pedersen
Patriotismo puro
Duas séries de motivos, 22 mil cartazes e orçamento de 20 milhões de euros: é assim a campanha publicitária da CDU, partido de Merkel. "Por uma Alemanha em que vivamos bem e com gosto" - a legenda se mostra patriótica com as cores nacionais da Alemanha em sua propaganda de rua. Os temas eleitorais da União Democrata Cristã são segurança, família e emprego.
Foto: picture alliance/dpa/B.Pedersen
Cidadãos em foco
"O futuro precisa de novas ideias. E de alguém que as implemente" - em seus cartazes, o Partido Social-Democrata (SPD) enfoca temas como educação, aposentadoria, investimento e igualdade salarial. Somente num segundo momento, o foco deverá recair sobre o candidato Martin Schulz, grande rival de Merkel. O SPD promete surpresas no final de sua campanha, que deverá custar 24 milhões de euros.
A campanha é ele
"Impaciência também é uma virtude" – o Partido Liberal Democrático (FDP) vai gastar mais de 5 milhões de euros em publicidade com foco sobretudo numa só pessoa: Christian Lindner. O líder partidário é retratado sorrindo, com look casual ou barba de três dias. "Denken wir neu", "vamos repensar", é o slogan com que pretendem concorrer às eleições. Longos textos acompanham Lindner nos cartazes.
Por isso, verde
"O meio ambiente não é tudo. Mas sem meio ambiente tudo é nada". Desta vez, os verdes apostam em texto em letras garrafais diante de um motivo simbólico. O partido continua fiel a seus temas. O foco recai sobre tópicos clássicos como meio ambiente ou integração. "Darum grün" ("Por isso, verde") é o lema de campanha. Em todos os cartazes, pode-se ver o girassol amarelo como motivo principal.
Populismo
"Burcas? Nós gostamos de biquínis" - os cartazes do partido populista de direita Alternativa para Alemanha (AfD) provocaram discussões. Seu lema: "Trau Dich, Deutschland!" (Confie em você, Alemanha!"). E, confiantes, eles provocam, pois os textos nos cartazes visam ao isolamento, sobretudo em relação ao islã.
Sem rosto
"Imposto sobre milionários, mais dinheiro para creches e escolas". Letras brancas junto ao vermelho simbólico do partido: o partido A Esquerda continua fiel a seu estilo, dispensando, desta vez, mostrar rostos em seus cartazes. Sob o lema "Sem vontade para mesmice", a legenda enfoca três temas principais: aluguéis acessíveis, aposentadorias mais justas e fim da exportação de armas.
Nem tão sério
Ajustar os salários de executivos ao tamanho do sutiã e conter a elevação do preço da cerveja. Tais reivindicações estão no programa do "Die Partei" ("O Partido"). Os seus cartazes são acima de tudo irônicos (na foto, "Não faça merda com sua cruz"), bem ao estilo de seus fundadores, redatores da revista satírica "Titanic". Seu candidato à Chancelaria Federal é o comediante Serdar Somuncu.