Pesquisa Ipec reforça chance de Lula ganhar no 1° turno
26 de setembro de 2022
Candidato do PT oscila para cima e agora aparece com 48% das intenções de voto. Jair Bolsonaro permanece estagnado com 31%. Ciro Gomes oscila negativamente de 7% para 6%.
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A menos de uma semana do pleito presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou suas chances de vencer já no primeiro turno, segundo pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira (26/09).
O petista aparece com 48% no novo levantamento após oscilar um ponto para cima. Jair Bolsonaro (PL) permaneceu estagnado com 31%.
Na última sondagem do instituto, divulgada em 19 de setembro, Lula somou 47% das intenções de voto. Bolsonaro, os mesmos 31%.
Considerando apenas os votos válidos, que excluem brancos e nulos, Lula teria 52%. Para vencer no primeiro turno, são necessários 50% dos votos mais um. É a segunda pesquisa seguida do Ipec que mostra Lula com 52% dos votos válidos.
O levantamento desta segunda-feira ainda mostrou que Ciro Gomes (PDT) oscilou negativamente de 7% para 6%. Simone Tebet (MDB) ficou com os mesmos 5%. Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D'Ávila (Novo) somaram 1% cada.
Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Leo Péricles (UP), Constituinte Eymael (DC) e Padre Kelmon (PTB) não pontuaram.
Eleitores indecisos somam 4%, enquanto brancos e nulos representam 4%.
No caso de um eventual segundo turno, o petista aparece novamente como favorito na disputa direta com o atual presidente. Segundo o Ipec, Lula venceria com 54% dos votos, contra 35% de Bolsonaro.
Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados, Lula aparece com 47% da preferência do eleitorado; e Bolsonaro, com 31%. Na espontânea anterior, Lula tinha 45%.
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Eleitores decididos
Ainda segundo o Ipec, 83% dos eleitores brasileiros afirmam estar decididos em quem irão votar no próximo domingo. Os que afirmam que ainda podem mudar de voto são 17%.
Entre os eleitores de Lula, 90% dizem que a decisão de votar no petista é final. Nos que apontaram que vão votar em Bolsonaro, o percentual é 87%.
Os eleitores de Ciro Gomes e de Simone Tebet são os menos decididos sobre seu voto. Entre os eleitores do pedetista, 48% afirmam que ainda podem mudar de voto. O percentual de Tebet é de 45%.
Alta rejeição
A pesquisa ainda apontou que Bolsonaro continua a liderar o ranking de rejeição dos principais candidatos. Segundo o Ipec, 51% dos eleitores afirmaram que não votariam no presidente de jeito nenhum – eram 50% na pesquisa anterior. Outros 35% apontaram que não votariam em Lula (eram 33% na semana passada).
O levantamento ainda questionou os entrevistados sobre como eles avaliam o governo Bolsonaro: 47% afirmaram considerar a administração ruim ou péssima e 29% avaliaram como positiva. Outros 22% disseram ser regular.
A pesquisa Ipec ouviu 3.008 pessoas entre os dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Datafolha
A nova sondagem do Ipec está em linha com outra divulgada na quinta-feira (22/09) pelo Datafolha, que também mostrou ampla vantagem de Lula sobre Bolsonaro. Nela, o petista apareceu com 47% das intenções de voto, contra 33% do atual presidente. Em relação à penúltima pesquisa Datafolha, Lula osiclou dois pontos para cima, enquanto Bolsonaro permaneceu estagnado com os mesmos 33%.
Os números do Datafolha sugerem que uma vitória de Lula no primeiro turno das eleições seria possível. Nos votos válidos, que não consideram brancos e nulos, o ex-presidente aparece com 50%, contra 35% de Bolsonaro.
jps/le (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.