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Pesquisa questiona benefício das mesas para trabalhar de pé

Jeannette Cwienk
28 de outubro de 2024

Pelo menos no que diz respeito a doenças circulatórias, ficar muito tempo em pé não é melhor do que passar longos períodos sentado, concluem cientistas.

Pessoa de pé trabalhando no computador
Para não ficarem muito tempo sentadas, muitas pessoas recorreram às mesas para trabalhar de péFoto: Kirsten Neumann/dpa/picture alliance

Ficar sentado por muito tempo não é bom, e por isso muitas pessoas estão recorrendo às mesas para trabalhar de pé, seja no home office, seja no escritório.

No entanto, um estudo recente conduzido por cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriu que, pelo menos no que diz respeito a doenças circulatórias, ficar muito tempo em pé não é melhor do que ficar muito tempo sentado.

Os autores do estudo coletaram dados de mais de 83 mil adultos do Reino Unido ao longo de sete anos e, em alguns casos, oito anos. Os participantes do estudo usaram dispositivos em seus pulsos para registrar seus movimentos e não tinham nenhuma doença cardíaca no início do estudo.

Efeitos negativos de ficar muito tempo de pé

"No geral, nossos resultados indicam que aumentar o tempo em pé não reduz o risco de doenças cardiovasculares graves", escrevem os autores do estudo. Em outras palavras: ficar em pé no trabalho não serve para compensar um estilo de vida sedentário.

Pelo contrário, ficar muito tempo em pé pode até mesmo ter vários efeitos negativos: mais de duas horas por dia aumenta o risco de quedas repentinas na pressão arterial, varizes, insuficiência venosa crônica e trombose venosa.

Portanto, de acordo com o estudo, "as estratégias que aconselham a simples substituição da posição sentada prolongada pela posição em pé, por exemplo com o uso de mesas para trabalhar em pé nos escritórios, podem não atingir seu objetivo."

Então sentar é melhor do que ficar em pé?

Mas quem fica sentado por mais de dez horas por dia corre os mesmos riscos. Além disso, ficar sentado por muito tempo aumenta o risco de doenças cardiovasculares graves, principalmente doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e AVC.

Um dos autores do estudo, o cientista Matthew Ahmadi, da Universidade de Sydney, já havia publicado, com outros cientistas, um outro estudo sobre ficar sentado em meados deste ano.

Num estudo com mais de 73 mil adultos, os pesquisadores investigaram até que ponto o comportamento sedentário afeta o risco de se morrer de uma doença cardiovascular. Eles chegaram à conclusão de que pessoas que ficam muito tempo sentadas correm um risco maior.

Bom mesmo é se exercitar

A equipe também queria saber quanta atividade física é necessária para reduzir esse risco. Mais especificamente, os pesquisadores determinaram as seguintes fórmulas:

Quem tem um trabalho sedentário, mas diariamente pratica

  • uma atividade física vigorosa por pelo menos seis minutos,
  • ou uma atividade física intensa por pelo menos 30 minutos,
  • ou uma hora de atividade física moderada,
  • ou então pelo menos uma atividade física leve por mais de uma hora e meia,

reduz o seu risco de morte por doença cardiovascular.

Pessoas que passam um tempo muito longo sentadas, ou seja, mais de 11 horas por dia, precisam se exercitar ainda mais intensamente.

Portanto, ir a pé ou de bicicleta para o trabalho é muito melhor do que ter uma mesa para trabalhar de pé no escritório. E uma caminhada no intervalo do almoço também ajuda a manter a saúde física.

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