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Global Media Forum

22 de junho de 2010

Pessoas em todo o mundo se sentem ameçadas pelas mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, cresce o número dos que não expressam preocupação alguma. Cobertura da mídia sobre o aquecimento mundial é tema do Global Media Forum.

Erik Bettermann na abertura do Global Media ForumFoto: DW

A percepção de que as mudanças climáticas representam uma ameaça ao planeta continua elevada entre a população mundial, segundo um estudo divulgado pela Deutsche Welle e pela empresa de pesquisas de mercado Synovate nesta segunda-feira (21/06), em Bonn, durante a abertura do fórum de debates Global Media Forum (GMF).

Nas três pesquisas já realizadas – em 2007, 2008 e 2009 – o percentual de pessoas que se disseram "muito preocupadas" com as mudanças climáticas se manteve estável: 30% em 2010 e 2008 e 29% em 2007.

Outras 39% demonstraram "alguma preocupação" na pesquisa de 2010, o que indica que a ampla maioria da população global (69%, de acordo com o levantamento) está em menor ou maior grau preocupada com os efeitos que o aquecimento do planeta trará.

Ao mesmo tempo cresceu o número de pessoas que disseram não ter preocupação alguma com as consequências do aquecimento global, por considerá-lo parte de um ciclo natural de acontecimentos. Elas representavam 4% na pesquisa de 2008 e são 9% na consulta de 2010.

Papel da mídia

De Boer pede mais atenção da mídia ao assuntoFoto: DW

"Muitas pessoas ainda não reconheceram o perigo", alertou o diretor-geral da Deutsche Welle, Erik Bettermann, durante a apresentação da pesquisa. Ele cobrou da mídia mundial uma cobertura objetiva e clara sobre o assunto. "A mídia deve apresentar temas fundamentais para o futuro [da humanidade] da forma mais objetiva e clara possível." Para ele, os jornalistas devem fomentar nas pessoas a consciência de que todos podem fazer algo.

O secretário-executivo da ONU para mudanças climáticas, Yvo de Boer, pediu à mídia maior destaque para os riscos de não se fazer nada diante da ameaça do aquecimento global. Segundo ele, o mundo está diante de uma encruzilhada: ou continua usando combustíveis fósseis prejudiciais ao clima do planeta ou opta por tecnologias "verdes" para cortar emissões de gases do efeito estufa.

O GMF é um fórum de debates organizado anualmente pela Deutsche Welle e discute o papel da mídia em questões centrais para o futuro da humanidade. O evento deste ano é dedicado às mudanças climáticas, sob o título "The heat is on – mudanças climáticas e a mídia". Participam cerca de 1.500 pessoas de quase cem países.

Para o professor de jornalismo Holger Wormer, da Universidade de Dortmund, as mudanças climáticas perderam espaço na cobertura da imprensa mundial. "Temos agora muitas outras coisas na nossa agenda, coisas que têm hoje muito mais impacto do que há três anos, como por exemplo a crise financeira."

Segundo ele, temas como a crise colocaram a cobertura sobre as mudanças climáticas em segundo plano. Além disso, segundo ele, surgiram outros temas ambientais importantes, como o vazamento de petróleo no Golfo do México e, na Alemanha, o debate sobre energia nuclear.

Participantes chegam à sede da Deutsche Welle, em BonnFoto: DW

Brasileiros pagariam mais por produtos "ecológicos"

Para a realização da pesquisa, a Synovate consultou 13.444 pessoas em 18 países, entre eles Brasil, Alemanha, Estados Unidos, França, Rússia, China e África do Sul, no período entre 23 de fevereiro e 30 de abril de 2010.

As altas temperaturas são apontadas como a pior consequência das mudanças climáticas por 31% dos entrevistados. Em seguida vêm a desertificação e a seca, com 10% cada, depois a piora das condições de saúde e o aumento de doenças, com 9%.

A pesquisa da Synovate traz números interessantes sobre o Brasil. Conforme o estudo, os brasileiros estão dispostos a pagar mais por produtos que não agridam o meio ambiente. A maior parte dos entrevistados, 31%, disse que pagaria até 9% mais, e 19% concordariam com preços até 19% mais altos. Já 10% declararam não ter vontade de pagar mais.

Os brasileiros também disseram que os investimentos em tecnologias verdes vão aquecer a economia: 84% dos entrevistados no Brasil concordam com essa afirmação e apenas 11% discordam. Na Alemanha, os percentuais são, respectivamente, 50% e 22%. Nos Estados Unidos, 51% e 16%.

AS/dw/dpa

Revisão: Roselaine Wandscheer

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