Pesquisa: somente 40% dos franceses querer ser vacinados
29 de dezembro de 2020
Apenas quatro em cada dez na França aceitam receber imunização contra covid-19, enquanto governo avalia novo lockdown. Rejeição é ainda maior na Rússia e África do Sul, ao mesmo tempo em que aumenta aceitação nos EUA.
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Um levantamento divulgado nesta terça-feira (29/12) revelou que apenas quatro em cada dez franceses desejam receber as doses das vacinas contra a covid-19, enquanto os números da doença se mantém em alta e o governo avalia novas medidas de restrição para conter o coronavírus.
A pesquisa realizada pelo instituto Ipsos Global Advisor em parceria como Fórum Econômico Mundial aponta que somente 40% da população do país com mais casos da doença em toda a Europa aceita ser vacinada. O principal motivo apontado pelos entrevistados é o medo de possíveis efeitos colaterais.
A rejeição na França, porém, ainda é mais baixa do que a registrada na África do Sul, onde 53% da população não quer receber as vacinas, e na Rússia onde 43% rejeitam os imunizantes. Em contrapartida, o percentual de pessoas que desejam ser vacinadas é de 80% na China e de 77% no Reino Unido.
Nos Estados Unidos, onde está em curso uma campanha de vacinação em massa contra o coronavírus, a aceitação ao imunizante vem aumentando e já chegou a 69%. Já no Brasil, uma pesquisa do instituto Datafolha de 12 de dezembro afirma que 73% da população deseja ser vacinada, contra 22% que responderam negativamente e outros 5% que não sabiam.
O Ipsos Global Advisor realizou entrevistas online com mais de 13,5 mil pessoas em 15 países, incluindo cerca de mil franceses.
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Início lento da vacinação gera críticas
A França, juntamente com a grande maioria dos países da União Europeia (UE), iniciou no último domingo sua campanha de vacinação, com prioridade para os residentes de casas de repouso.
Contudo, as autoridades foram fortemente criticadas pela lentidão na distribuição das doses, depois de apenas 100 pessoas serem vacinadas nos três primeiros dias. A quantidade é bastante inferior ao registrado na Alemanha e em outros países, como os EUA e o Reino Unido.
O Ministério francês da Saúde afirma que, após um início cauteloso, o ritmo das vacinações chegará a uma escala bastante grande. Segundo um porta-voz, as autoridades de saúde enfrentam um "ceticismo muito forte por parte da população”. Ele assegurou que não há problemas de abastecimento e que 500 mil doses que devem chegar ao país semanalmente.
Governo avalia retomar lockdowns regionais
Segundo o Ministério, a França registrou 11.395 novas infecções por coronavírus nas últimas 24 horas, superando a marca de 10 mil pela primeira vez em quatro dias, além de 969 mortes. Desde o início da pandemia, o país acumula 2.574.041 infecções por coronavírus, a maior contagem na Europa, e 64.078 óbitos.
O presidente Emmanuel Macron liderou uma reunião com as principais autoridades de saúde e vários ministros de seu gabinete para discutir a crise no pais.
Alguns líderes regionais defendem a imposição de novos lockdowns regionais para deter a disseminação do vírus, mas ainda não está claro quais medidas deverão ser adotadas pelo governo após o fim de ano. O Ministério da Saúde cogita a imposição de toques de recolher em algumas áreas do país.
RC/afp/rtr
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.