Quatro anos após o falecimento repentino do morador mais famoso do Jardim Zoológico de Berlim, pesquisadores alemães finalmente descobriram a causa da morte do urso polar Knut que conquistou o mundo após ter sido abandonado pela mãe logo depois do nascimento.

Em um artigo publicado nesta quinta-feira (27/08) na revista Scientific Reports, os pesquisadores do Instituto Leibniz para Pesquisa sobre Animais Selvagens e de Cativeiro afirmaram que Knut é o primeiro caso conhecido de um animal que sofria de encefalite do anti-NMDA receptor. A doença autoimune provoca a inflamação do cérebro.

A convulsão causada pela doença que atacava seu próprio corpo levou Knut a se afogar dentro de sua jaula. O momento da morte do urso foi gravado por visitantes do zoológico que postaram as imagens na internet.

Logo após sua morte, a autópsia revelou que o urso polar tinha encefalite, porém, a causa exata da doença não era conhecida e intrigava os cientistas. No estudo recente, os pesquisadores testaram critérios usados para diagnosticar a encefalite do anti-NMDA receptor em humanos e, finalmente, resolveram o enigma da morte de Knut.

"Todo mundo lembra como ele nasceu, como ele foi apresentado ao público, como ele viveu, o movimento de sua morte e, agora, há um fechamento. Nós finalmente podemos dizer a causa de sua morte", afirmou o co-autor do estudo Alex Greenwood.

Knut é o primeiro animal a ser diagnosticado com encefalite do anti-NMDA receptor. A doença, descoberta em 2007, afeta cerca de 200 mil pessoas por ano, na maioria mulheres jovens. Quando não tratada ela pode causar febre alta, alucinações e convulsões epiléticas.

Knut nasceu em dezembro de 2006. Ele ficou mundialmente famoso após ser abandonado pela mãe poucos dias depois o nascimento. Ele foi adotado e criado pelo funcionário do zoológico Thomas Dörflein, que faleceu em 2008. A imprensa do mundo inteiro acompanhava o crescimento do urso polar que atraiu milhões de fãs.

CN/ap/afp/rtr