Descobertas pegadas de animal mais antigas da Terra
7 de junho de 2018
Encontradas na China, pegadas têm pelo menos 541 milhões de anos. Cientistas não conseguiram identificar, porém, espécie que deixou os rastros que foram fossilizados em calcário.
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Pesquisadores descobriram na China as pegadas mais antigas deixadas por um animal na Terra. Segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (06/06), os rastros têm pelo menos 541 milhões de anos.
O estudo não identificou o pequeno animal que deixou as pegadas, que são separadas por milímetros e parecem com pequenos buracos marcados no calcário escuro.
"Este é considerado o registro mais antigo de pegadas fossilizadas de um animal”, destaca o estudo publicado no jornal especializado Science Advances.
As pegadas foram encontradas na região Três Gargantas, localizada no rio Yangtzé no sul da China, e pertencem ao período Ediacarano, que está compreendido entre 630 milhões e 541 milhões de anos.
"Pegadas identificadas anteriormente tinham entre 540 milhões e 530 milhões de anos. Os novos fósseis são provavelmente ao menos 10 milhões de anos mais antigos", afirmou Zhe Chen, pesquisador da Academia Chinesa de Ciência e um dos autores do estudo.
Infelizmente, a criatura que deixou seus rastros não morreu perto do local, deixando um fóssil igualmente bem preservado que poderia ser estudado e revelar o mistério sobre o animal que deixou marcada sua passagem.
"Não sabemos exatamente que espécie deixou esses rastros, no entanto, ela tem uma simetria bilateral devido aos membros paralelos", acrescentou Chen. O pesquisador explicou que apenas três grupos de animais vivos possuem membros paralelos – artrópodes, como aranhas, anelídeos, como poliquetas, e tetrápodes, como humanos.
Chen acredita que o animal seja um ancestral de alguma espécie do grupo dos artrópodes ou dos anelídeos.
O fóssil revela ainda que a criatura parece ter feito algumas pausas durante o trajeto, pois os rastros parecem em determinados pontos estarem conectados a tocas, que poderiam ter sido cavadas para extrair alimentos ou oxigênio, especula o estudo.
Além de pesquisadores da Academia Chinesa de Ciência, cientistas da universidade americana Virgina Tech participaram do estudo.
CN/afp/ots
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A caatinga selvagem no semiárido baiano
Boqueirão do Onça reúne desde pintura rupestre e animais selvagens até energia eólica e agricultura irrigada no norte da Bahia.
Foto: DW/N. Pontes
Só existe no Brasil
Maior área de caatinga selvagem do país, a região do Boqueirão do Onça
tem o tamanho de cerca de 800 mil campos de futebol. A topografia e
tipo de solo permitem que a água, escassa no semiárido, se acumule em
alguns pontos e garanta o abastecimento por mais tempo. Quando chove,
a caatinga, “mata branca”, fica tomada pelo verde.
Foto: DW/N. Pontes
Arte rupestre
Nos paredões de rocha próximos à comunidade Queixo D’Antas, inscrições
deixadas por antigos moradores ainda precisam ser desvendadas pela
ciência. O acesso até o sítio arqueológico é livre, mas é difícil
chegar sem um guia local. Estima-se que as inscrições tenham sido feitas há
10 mil anos.
Foto: DW/N. Pontes
Onça em perigo
No último ano, a bióloga Cláudia Bueno de Campo, coordenadora do
Programa Amigos da Onça, recolheu seis onças mortas na região: duas pintadas
e quatro pardas. Elas foram abatidas por armas de fogo usadas por moradores
locais, onde a cultura da caça ainda é forte. Atuação do Instituto Pró-Carnívoros na região tenta diminuir os conflitos.
Foto: Programa Amigos da Onça
Vida selvagem
Uma cobra caninana cruza a estrada na área que pode virar uma unidade
de conservação. A espécie não é venenosa, mas os moradores contam que
a picada é muito dolorida. Nessa faixa de caatinga selvagem vivem
ainda veados, raposas, araras vermelhas e azuis, tatu-bola, tamanduá
bandeira, entre outros.
Foto: DW/N. Pontes
Vida de sertanejo
Nas proximidades da unidade de conservação proposta, seu Cláudio e
dona Nininha plantam abacaxi, feijão, milho e mandioca na comunidade
Cercadinho. Eles fabricam farinha, tiram óleo do licuri - um tipo de
palmeira -, vivem sem energia elétrica e precisam trazer toda a água
que usam do povoado mais próximo, Gameleira, que fica a 3 horas de jegue.
Foto: DW/N. Pontes
Livre, mas identificados
Nas estradas de terra que circundam o Boqueirão da Onça, é normal
cruzar com cabras e bodes soltos. A criação de caprinos é a mais comum
entre as famílias que vivem no semiárido do Nordeste, marcado por
longos períodos de estiagem. Cada animal recebe uma pequena marca na
orelha para que sejam reconhecidos pelos proprietários.
Foto: DW/N. Pontes
História de seca e abandono
Entre os povoados rurais dessa região no norte da Bahia, não é difícil
avistar casas abandonadas. A seca extrema dos últimos anos no
semiárido fez com que açudes e poços secassem. A falta de água levou
funcionários de uma antiga fazenda que cultivava frutas no local a
deixarem as terras (foto), a cerca de 100 km de Juazeiro.
Foto: DW/N. Pontes
Agricultura irrigada
A colheita de tomate mobiliza toda a família nessa pequena propriedade
rural, no município de Campo Formoso, Bahia, na região do Boqueirão da
Onça. Faz quatro meses que o produtor conseguiu furar um poço para
manter a plantação irrigada. “Sem irrigação é muito difícil. As chuvas
não são mais como antes”, disse o produtor.
Foto: DW/N. Pontes
Energia eólica
A região do Boqueirão da Onça foi recentemente descoberta pela
indústria de energia eólica. O potencial dos ventos que sopram no alto
das serras atraiu diversas empresas internacionais. Segundo o governo
do estado da Bahia, as negociações para criação de uma unidade de
conservação na região tentam conciliar todos esses interesses.