Petição contra Brexit reúne milhões de assinaturas
23 de março de 2019
Em apenas três dias, petição on-line para que Reino Unido desista de sua saída da União Europeia consegue mais de 4 milhões de assinaturas. Somente 100 mil seriam necessárias para Parlamento debater o tema.
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A petição on-line parlamentar lançada na quinta-feira para que o governo britânico renuncie ao Brexit, ou seja, à saída da União Europeia (UE) já ultrapassou 4,16 milhões de assinaturas, de acordo com o site de petições do governo britânico.
Ao meio-dia (hora de Londres) deste sábado (23/03) a iniciativa, lançada pela professora Margaret Anne Georgiadou e apoiada por várias personalidades, contava com 4.167.129 assinaturas de cidadãos britânicos e residente no país, ultrapassando de longe o mínimo de 100 mil necessárias para o Parlamento se ocupar do tema.
"O governo afirma repetidamente que a saída da UE é 'a vontade das pessoas'. É necessário pôr um fim a essa afirmação através da força do povo para permanecer na UE", lê-se no site da petição.
Na quinta-feira, o acesso ao portal da petição on-line esteve bloqueado devido ao elevado número de acessos, registrando-se "a maior taxa de assinaturas [...] com que o site já teve de lidar", anunciou o Comitê Britânico de Petições pelo Twitter.
A iniciativa, designada Revoke Article 50 and remain in the EU (Revogar o Artigo 50 e permanecer na UE), surge na sequência do pedido de adiamento do Brexit feito pela primeira-ministra britânica, Theresa May, à União Europeia.
O Artigo 50 faz parte do Tratado de Lisboa, assinado por todos os membros da União Europeia em dezembro de 2007. Ele determina o procedimento para qualquer país que deseje sair da UE.
A petição ganhou o apoio de celebridades e parlamentares que ajudaram a divulgá-la nas redes sociais.
A chefe de governo da Escócia, Nicola Sturgeon, escreveu no Twitter: "Uma questão tão grande e importante quanto o Brexit não deve se resumir a petições – se você está frustrado porque a primeira-ministra [May] simplesmente não está escutando, você pode assinar aqui."
CA/lusa/afp/dpa/ots
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Com Brexit, vila alemã vira centro da União Europeia
Quando se concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia, Gadheim, de 89 habitantes, será o centro geográfico do bloco. A vila é tão pequena, que nem prefeito tem.
Bem-vindo a Gadheim, o futuro centro da UE
As poucas casas de Gadheim estão localizadas nas colinas de uma região vitivinícola da Baviera, agrupadas ao longo de uma estrada que serpenteia campos dominados por turbinas eólicas.
Típica vila bávara
Os habitantes de Gadheim estão orgulhosos de que suas casas, vinhas, campos infinitos e o sinuoso rio Meno estejam no foco das atenções.
Foto: Getty Images/AFP/D. Roland
Gadheim, centro da Europa?
"A maioria aqui ouviu a notícia no rádio", disse Jürgen Götz, prefeito de Veitshöchheim, que fica nas proximidades. A vila de Gadheim é muito pequena e por isso não tem prefeito. "Inicialmente pensamos tratar-se de uma piada", disse Götz. Na foto, Götz com a bandeira da União Europeia e com a agricultora Karin Kessler, que custa a acreditar que sua localidade ficou famosa da noite para o dia.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Um campo é o centro geográfico da UE
Inicialmente ela pensou que a localização exata atingiria o terreno do vizinho, mas o filho dela enviou-lhe uma mensagem com o mapa e as coordenadas exatas: o novo centro geográfico da UE será no meio de um campo de colza dela. "O fato de que isso só esteja acontecendo por causa desse Brexit eu considero uma vergonha", disse ela.
Foto: picture alliance/dpa/D. Karmann
Outra localidade lamenta
Já Westerngrund, a cerca de 60 quilômetros a noroeste de Gadheim, perderá o título de centro da UE, adquirido em 2013 quando a Croácia ingressou no bloco. Escolares da vila verificaram que cerca de 6 mil pessoas de 93 países assinaram o livro de visitantes guardado no local exato onde é o centro geográfico até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Turistas não tão entusiasmados
Várias bandeiras alemãs e da União Europeia marcam o local que ainda é o centro da UE. "Nós contávamos com ônibus chineses nos visitando todas as semanas. Na realidade, isso não aconteceu", disse Christoph Biebrich, o padeiro de Westerngrund, que criou pães em forma de anel com um buraco, que representa o umbigo da UE, cercado de estrelas.
Foto: picture-alliance/ dpa/R. Hettler
Até a próxima mudança na União Europeia
Fica o conselho do padeiro Biebrich para o povo de Gadheim: "Não se apeguem ao seu lugar ao sol. Isso logo vai mudar". Tanto os moradores de Westerngrund quanto os de Gadheim esperam que a próxima vez que o centro da UE se mover seja por causa de um novo membro, e não por causa de uma saída.