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CatástrofeBrasil

Petrópolis vive maior catástrofe natural de sua história

21 de fevereiro de 2022

Bombeiros e policiais entram no sétimo dia de buscas a vítimas das chuvas e consequentes deslizamentos e enxurradas que atingiram a cidade serrana nos últimos dias. Número de mortos ultrapassa 170.

A foto mostra uma série de bombeiros e policiais em busca de corpos e desaparecidos das chuvas que atingiram Petrópolis, na região serrana do Rio. A foto é escura, o clima é nublado e com neblina. Os homens se agloeram ao redor de uma vala, em frente a uma casa.
Equipes de resgate seguem em busca de mais de uma centena de desparecidos em PetrópolisFoto: Carlos Santtos/TheNEWS2/ZUMA/picture alliance

Segundo informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros nesta segunda-feira (21/02), as mortes devido às chuvas em Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, chegaram a 178. O número caracteriza a maior catástrofe natural da história da cidade, superando a de 1988, quando se registraram 134 mortes.

Os bombeiros entraram no sétimo dia de buscas e tentam resgatar 117 cidadãos ainda desaparecidos. A Polícia Civil deu início a um mutirão de coleta de DNA na tentativa de acelerar o trabalho de identificação das vítimas. Até a manhã desta segunda-feira, 143 corpos haviam sido identificados.

O Ministério Público do Rio e a Polícia Civil trabalham juntos no cadastro dos desaparecidos. Segundo o Corpo de Bombeiros, as equipes de resgate se dividem em três zonas principais da cidade, como os setores Alfa, Bravo e Charlie, localizados em regiões próximas a morros.

A prefeitura de Petrópolis abriu diversos pontos para acolhimento da população que mora em áreas de risco. Esses mesmos locais – em sua maioria, escolas, além de igrejas e clubes – recebem doações e abrigam moradores desalojados.

Enxurradas e deslizamentos de terra atingiram a cidade serrana, em consequência das fortes chuvasFoto: Fabio Teixeira/AA/picture alliance

Pior chuva desde 1932

Na última quinta-feira, em visita a Petrópolis, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que essa foi a pior chuva na região desde 1932. "Foram 240 milímetros em duas horas. Foi uma chuva altamente extraordinária", disse. Na ocasião, Castro afirmou que a cidade vivia "cenas de guerra".

Fortes chuvas atingiram Petrópolis em 15 de fevereiro, causando inundações, enxurradas e diversos deslizamentos de terra. Em menos de seis horas, algumas partes da cidade receberam até 260 milímetros de água. De acordo com a agência meteorológica MetSul a média pluvial para todo o mês de fevereiro é de 238 milímetros.

Desastres semelhantes causados por chuvas já ocorreram na região serrana fluminense. Em 1988, por exemplo, eles resultaram em 134 mortos em Petrópolis. Em 2011, foram 73 mortes – de um total de 918, contando-se outras cidades da região, principalmente Nova Friburgo e Teresópolis.

Bombeiros carregam mais um corpo: Petrópolis vive a sua maior catástrofe natural em todos os temposFoto: Silvia Izquierdo/AP Photo/picture alliance

Patrimônio histórico afetado

Além das mortes, desaparecidos e centenas de desalojados, as chuvas também causaram danos ao patrimônio histórico de Petrópolis. Entre os prédios danificados estão a Casa da Princesa Isabel e o Palácio Rio Negro.

O Museu Imperial, o mais conhecido da cidade, não sofreu danos, mas, em luto, foi temporariamente fechado. Dois prédios do complexo, onde ficam o refeitório e o vestiário dos funcionários, estão comprometidos em decorrência de um deslizamento no terreno anexo.

A Casa da Princesa Isabel foi a mais danificada: a queda de um muro atingiu uma exposição sobre a colonização germânica em Petrópolis. Um carro levado pela correnteza atingiu os jardins.

gb/av (ots)

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