Petrobras reduzirá produção em 200 mil barris diários
1 de abril de 2020
Redução foi decidida em meio à queda na demanda por petróleo por causa da crise causada pela pandemia de coronavírus. Empresa fala "na pior crise da indústria do petróleo nos últimos 100 anos".
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A petroleira estatal Petrobras anunciou um novo corte em sua produção devido à "pior crise da indústria do petróleo nos últimos 100 anos". A partir desta quarta-feira (01/04), a produção de petróleo será reduzida em 200 mil barris diários. A medida foi anunciada em meio à queda da demanda devido à crise do coronavírus.
O volume inclui a redução anunciada em 26 de março, diz comunicado da empresa em seu site. Na ocasião, a Petrobras já tinha cortado a produção em 100 mil barris diários, uma restrição que deveria valer até o final de março.
Os cortes desta quarta não têm data para serem revogados, mas a Petrobras deverá reavaliar continuamente a necessidade de manutenção da decisão. A empresa também ajustará o processamento de suas refinarias, "em linha com a demanda por combustíveis".
"O cenário atual é marcado por uma combinação inédita de queda abrupta do preço do petróleo, excedente de oferta no mercado e uma forte contração da demanda global por petróleo e combustíveis", justifica a empresa.
As "novas medidas para assegurar a sustentabilidade da companhia" anunciadas nesta quarta-feira se encaixam nas ações que preveem cortar 2 bilhões de dólares (cerca de 11 bilhões de reais) em gastos operacionais este ano, anunciadas na semana passada, incluindo a hibernação de plataformas em operação em campos de águas rasas e o adiamento de novas contratações por 90 dias.
Dentro desse montante, a Petrobras também pretende economizar 700 milhões de reais em despesas com pessoal. Para isso, deverá adiar entre 10% e 30% do salário de "empregados com função gratificada (gerentes, coordenadores, consultores e supervisores)". Além disso, vai alterar temporariamente o funcionamento dos turnos e do sobreaviso "de cerca de 3,2 mil empregados". Cerca de 21 mil empregados também terão a jornada de trabalho reduzida, de 8 para 6 horas diárias.
Outras medidas incluem redução de gastos com recursos humanos, incluindo adiamento de pagamento de horas extras e a postergação do pagamento de 30% do salário do presidente, diretores, gerentes executivos e gerentes gerais.
Medo da covid-19 dominou mercado financeiro. Mas nem toda empresa sofreu com o coronavírus: para algumas, os negócios nunca foram tão lucrativos.
Foto: picture-alliance/B. Kammerer
Quarentena diante da TV
Quando as ações caíram em todo o mundo na última semana de fevereiro de 2020, os títulos do serviço de streaming de vídeos resistiram com sucesso à queda. O cálculo dos corretores é simples: quanto mais os cidadãos precisarem ficar em casa devido ao vírus, mais assistem a séries e filmes na Netflix e outras plataformas.
Foto: picture-alliance/AA/M.E. Yildirim
Pedalando juntos – sem contato
A startup do setor de fitness Peloton Interactive, que oferece bicicletas ergométricas e aulas de ginástica online, não pode reclamar da cotação de suas ações: como cada vez mais adeptos do fitness evitam a academia por medo do vírus, muitos usam a bicicleta de última geração da Peloton, que permite conectar-se em rede para pedalar em conjunto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Lennihan
Bilionários do vírus
O chefe da companhia farmacêutica Moderna, Stephane Bancel (dir.), tornou-se bilionário da noite para o dia, quando sua empresa anunciou uma nova vacina contra o coronavírus para testes clínicos em humanos, fazendo disparar o valor de suas ações na Bolsa. Lim Wee-Chai, da Malásia, proprietário majoritário do fabricante de luvas médicas Top Glove, também entrou para o clube de bilionários.
Ferramentas para escritório em casa
As ações da startup Zoom Video Communications, que oferece software de comunicação para videoconferências e reuniões online, aumentaram quase 50% desde fevereiro. Quanto mais gente trabalha em casa, melhor para os negócios da empresa californiana: com 2,2 milhões de novos clientes, a Zoom já conquistou mais usuários nos primeiros dois meses de 2020 do que em todo o ano anterior.
Foto: zoom.us
Estocando para a grande crise
As compras por precaução em grandes redes de supermercados da Europa, como Rewe ou Carrefour, esvaziaram as prateleiras de massas e enlatados em alguns locais. A corrida aos supermercados fez com que investidores aplicassem em ações de fabricantes de alimentos embalados. Devido ao medo de sair de casa, também prosperam varejistas online, como Amazon ou a chinesa Alibaba.
Os fabricantes de máscaras de proteção, desinfetantes e lenços higiênicos vivenciam grande aumento da demanda, pois os consumidores procuram formas de se proteger do vírus que se dissemina. A companhia americana 3M, que fabrica máscaras anticontágio, entre outros artigos, é uma das mais beneficiadas.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/Yichuan Cao
Cooperação a distância segura
Na empresa alemã TeamViewer, que disponibiliza software para manutenção remota de compartilhamento de tela, videoconferência, transferência de arquivos e VPN, o número de usuários vem aumentando desde o surto de covid-19, especialmente na China, o epicentro da epidemia. O valor das ações subiu mais de 20% em poucos dias.