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PF indicia José Dirceu e mais 13 suspeitos na Lava Jato

2 de setembro de 2015

Polícia Federal encerra dois inquéritos e denuncia ex-ministro da Casa Civil por quatro crimes. Além de irmão e filha de Dirceu, ex-tesoureiro do PT e ex-diretor da Petrobras também estão entre os acusados.

Foto: picture-alliance/dpa/A. Nascimento

A Polícia Federal encerrou, nesta terça-feira (01/09), dois inquéritos da Operação Lava Jato e indiciou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outros 13 suspeitos de fraude e desvios em contratos da Petrobras. Dirceu, que está detido em Curitiba desde o 3 de agosto, foi imputado pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Entre os outros denunciados, estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o irmão e a filha de Dirceu, além do empreiteiro da Engevix, Gerson Almada. Depoimentos do delator Milton Pascowitch, que diz ter intermediado repasses ao ex-ministro, ajudaram a embasar as conclusões da investigação. O delator também foi indiciado.

Na conclusão dos inquéritos, o delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, afirmou que há "indícios de que José Dirceu [...] e outras pessoas a ele relacionadas foram beneficiárias diretas [...] de desvios no âmbito da Petrobras, apurados na Operação Lava Jato", e que a investigação se encaixa em "um contexto maior de desvio de recursos em que uma estrutura criminosa sistêmica foi inserida no seio da estrutura do governo federal".

No relatório, referente aos dois inquéritos encerrados e já enviados à Justiça Federal no Paraná, a Polícia Federal concluiu que aproximadamente 59 milhões de reais em pagamentos de propina foram movimentados dentro do esquema de desvio de recursos na Petrobras. Os investigadores estimam que o valor total possa ultrapassar os 84 milhões de reais. O documento afirma ainda que indicações para cargos públicos na Petrobras geravam "cobrança de valores" de empresas para beneficiar os envolvidos.

Segundo a Polícia Federal, os recursos ilícitos que irrigaram a empresa de Dirceu, a JD Consultoria e Assessoria, foram utilizados para pagamento de empregados, despesas de filhos e ex-mulheres, assim como a "guerrilha midiática" feita durante o julgamento do mensalão e que buscava desqualificar as autoridades. Para os delegados, a função da empresa de Dirceu era "albergar uma esquadra de jornalistas voltados a polir a imagem do ora investigado e seu grupo político".

A partir da conclusão do inquérito policial, o Ministério Público Federal (MPF) pode então apresentar uma denúncia à Justiça Federal contra os indiciados pela PF. Com a denúncia apresentada, cabe ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, aceitá-la ou não. Caso aceite, os denunciados passam a ser réus, respondendo pelos crimes na Justiça.

PV/ots/efe

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