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PF indicia Lula por corrupção em contratos da Odebrecht

5 de outubro de 2016

Polícia Federal suspeita que ex-presidente interferiu para que empresa de parente recebesse contratos da empreiteira em Angola, no valor de 20 milhões de reais, e que esse dinheiro seria propina.

Foto: Reuters/P. Whitaker

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta terça-feira (04/10) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suspeita de corrupção passiva por supostamente interferir em favor de um parente para que este conseguisse contratos de obras da empreiteira Odebrecht em Angola, financiadas com recursos do BNDES.

A polícia concluiu que Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira esposa de Lula, que é sócio de uma pequena empreiteira, a Exergia Brasil, fechou contratos no valor de 20 milhões de reais com a Odebrecht em Angola graças à influência do ex-presidente.

Obra da Odebrecht em Luanda, AngolaFoto: Issouf Sanogo/AFP/Getty Images

A Polícia Federal acredita que, na verdade, esse valor é uma propina que a Odebrecht pagou em troca da ajuda de Lula para o fechamento dos negócios em Angola e para facilitação dos milionários financiamentos do BNDES, e que a empresa de Rodrigues foi criada apenas para receber o dinheiro, sem prestar serviços. A PF acha que parte desse dinheiro foi destinada a Lula.

A Odebrecht era a única cliente da Exergia Brasil, que nunca teve estrutura nem funcionários para realizar os serviços contratados.

A Polícia Federal enviou o inquérito nesta terça-feira para a análise do Ministério Público Federal, que vai decidir se oferecerá ou não denúncia à Justiça contra o ex-presidente. Se isso ocorrer, caberá à Justiça decidir se aceita ou não a denúncia.

Em comunicado publicado nas redes sociais, a assessoria do ex-presidente destacou que a vida de Lula é investigada há 40 anos e que "nunca foi encontrada uma irregularidade". "Lula não ocupa nenhum cargo público desde 1º de janeiro de 2011 e sempre atuou dentro da lei, antes, durante e depois de ocupar os mandatos de presidente da República", afirmou. A assessoria atribuiu as denúncias a uma "campanha de massacre midiática" que busca "destruir a imagem do ex-presidente mais popular da história do país".

A denúncia do inquérito foi baseada em mensagens e documentos de Rodrigues apreendidos na Operação Janus, deflagrada em maio deste ano. Rodrigues e o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foram indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro, além de sete outros executivos da empreiteira.

CN/efe/abr/ots

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