Pfizer-BioNtech quer vacinar crianças de 12 a 15 anos
29 de abril de 2021
Empresas já pediram autorização nos EUA e farão o mesmo na Europa. Ministro alemão da Saúde quer vacinar adolescentes antes do ano escolar.
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O laboratório alemão BioNTech confirmou ter pedido autorização para a aplicação de sua vacina contra covid-19, desenvolvida em parceria com a Pfizer, em crianças de idade entre 12 e 15 anos nos Estados Unidos.
A empresa deverá submeter nos próximos dias o mesmo pedido à Agência Europeia de Medicamentos (EMA), segundo afirmou nesta quinta-feira (29/04) um porta-voz do grupo.
"Submetemos os dados do estudo sobre as idades de 12 a 15 anos para aprovação nos EUA. Na Europa, estamos nos últimos passos”, disse o chefe da BioNtech, Ugur Sahin, citado pela revista alemã Der Spiegel.
A perspectiva de imunizar as crianças dessa faixa etária antes do início do ano escolar – que no hemisfério norte é no segundo semestre – traz alívio para os pais que se revezam entre as exigências do ensino à distância e seus próprios trabalhos em casa.
"É muito importante fazer com que as crianças possam retomar suas vidas escolares normais e encontrar seus familiares e amigos”, disse Sahin.
O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, se diz confiante na vacinação dos adolescentes nos próximos meses. "No máximo durante as férias de verão [na metade do ano], estaremos aptos a vacinar aqueles com mais de 12 anos, depois de haver autorização”, declarou.
Os 16 estados alemães planejam adiar o início das férias de verão, com as primeiras regiões já marcando o começo para 21 de junho, com término em 13 de setembro.
O processo de aprovação da EMA costuma levar algumas semanas. A vacina Pfizer-Biontech já foi aprovada nos Estados Unidos e na União Europeia (UE) para a aplicação em pessoas com mais de 16 anos.
As duas empresas afirmaram recentemente que o estudo clínico em crianças de 12 a 15 anos obteve eficácia de 100%. Há também em andamento outro estudo sobre o uso da vacina em crianças de 6 meses a 11 anos de idade. Os primeiros dados devem estar disponíveis em setembro.
rc (DPA, AFP)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.