Pfizer começa a testar vacina contra covid-19 em grávidas
19 de fevereiro de 2021
Estudo vai avaliar segurança e eficácia do imunizante em 4 mil voluntárias em nove países, incluindo o Brasil. Gestantes têm mais risco de desenvolver covid-19 grave, diz empresa.
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A farmacêutica americana Pfizer e a empresa alemã Biontech iniciaram um estudo internacional para testar a segurança e a eficácia de sua vacina contra a covid-19 em mulheres grávidas, informaram as duas companhias nesta quinta-feira (18/02).
As primeiras voluntárias já receberam a primeira dose da vacina nos testes clínicos, que deverão envolver um total de 4.000 grávidas saudáveis com mais de 18 anos.
O estudo será realizado em nove países, incluindo o Brasil. As demais nações são Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile, Moçambique, África do Sul, Espanha e Reino Unido.
William Gruber, vice-presidente sênior de pesquisa clínica e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, afirmou que gestantes possuem um risco maior de desenvolver condições graves da covid-19. Mulheres infectadas também têm taxas mais altas de complicações na gravidez, como parto prematuro, em comparação com gestantes não infectadas.
Por isso "é fundamental que desenvolvamos uma vacina que seja segura e eficaz" para elas, declarou o médico em comunicado.
As mulheres voluntárias do estudo receberão a vacina ou placebo entre as semanas 24 e 34 da gestação, com a aplicação de duas doses em um intervalo de 21 dias entre uma e outra – o mesmo regime usado nos ensaios clínicos com a população em geral.
Logo após o parto, as mulheres que receberam placebo nos testes terão a oportunidade de obter a vacina verdadeira, enquanto permanecem parte do estudo, disseram as empresas.
O estudo irá avaliar os efeitos nos bebês por cerca de seis meses, checando a segurança e também se eles receberam anticorpos de suas mães na gravidez. Segundo Gruber, a Pfizer espera ter os resultados dos testes no quarto trimestre de 2021.
Na semana passada, os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, agência do governo americano, pediram uma maior inclusão das grávidas e lactantes nas pesquisas de vacinas contra a covid-19.
Nos EUA, os reguladores exigem que as empresas farmacêuticas conduzam estudos de segurança primeiro em animais grávidos antes de a vacina ser testada em gestantes humanas, para garantir que o imunizante não prejudicará o feto ou provocará aborto espontâneo. A Pfizer e a Biontech informaram que esses estudos foram concluídos sem apontar qualquer risco.
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Vacina da Pfizer-Biontech
A vacina da Pfizer-Biontech foi a primeira contra a covid-19 a ser aprovada para uso emergencial em países ocidentais, ainda no ano passado, e vem sendo usada em várias nações, incluindo Estados Unidos e os membros da União Europeia.
Em estudos com a população em geral, o imunizante apresentou eficácia global de 95% contra o coronavírus.
No início de fevereiro, a Pfizer solicitou o registro definitivo do imunizante às autoridades brasileiras. Se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder o registro, a vacina poderá ser distribuída e comercializada no país.
No momento, a farmacêutica americana ainda conduz estudos de fase 3 da sua vacina na população brasileira, envolvendo um total de 2.900 voluntários.
ek (Reuters, AP, DPA, ots)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.