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PIB brasileiro cresce 1% no primeiro trimestre

2 de junho de 2022

Apesar da alta, desempenho ficou pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro. Dados do IBGE mostram ainda um crescimento de 4,7% no acumulado de 12 meses.

Trator espalha fertilizante em plantação de soja em Goiás
O crescimento do PIB não foi maior devido ao fraco desempenho do setor agropecuário, um dos mais importantes do paísFoto: Mateus Bonomi/Anadolu Agency/picture alliance

A economia brasileira cresceu 1% entre janeiro e março deste ano em comparação com o último trimestre do ano passado, informou nesta quinta-feira (02/06) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro totalizou no primeiro trimestre do ano R$ 2,2 trilhões, em valores correntes.

O crescimento, porém, ainda ficou um pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava, na mediana, uma alta de 1,2%, segundo analistas consultados pela agência Bloomberg.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, sendo considerado o principal indicador para medir a evolução da economia.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, a economia do país cresceu 1,7%. Os dados também mostram um crescimento de 4,7% no acumulado de 12 meses.

De acordo com o IBGE, o crescimento econômico no primeiro trimestre foi impulsionado principalmente pelo setor dos serviços, que subiu 1% face ao trimestre anterior e 3,7% em relação ao mesmo período de 2021.

O setor dos serviços, responsável por cerca de 70% do PIB brasileiro, se recuperou nos últimos meses dos impactos da pandemia com o fim de todas das restrições de circulação impostas.

Dentro dos serviços, o maior crescimento coube a "atividades prestadas às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia", explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, através de nota.

O crescimento do PIB não foi maior devido ao fraco desempenho do setor agropecuário, um dos mais importantes do país, que caiu 0,9% face ao trimestre imediatamente anterior e 8% em relação ao mesmo período de 2021.

"Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem na região sul do país, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira", frisou Palis.

A indústria, por sua vez, manteve-se praticamente estável após crescer 0,1% no primeiro trimestre de 2022 face ao último trimestre do ano passado, mas caiu 1,5% em comparação com os três primeiros meses do ano passado, pressionada principalmente pela indústria de transformação.

Pela ótica da demanda, a alta do PIB foi puxada pelo consumo das famílias, que cresceu 0,7% entre janeiro e março em relação ao trimestre anterior, enquanto o consumo do governo cresceu 0,1% na comparação com o quarto trimestre de 2021.

A formação bruta de capital fixo, que mede o investimento produtivo no país, caiu 3,5% entre janeiro e março ante o quarto trimestre de 2021.

O governo brasileiro prevê um crescimento do PIB de 1,5% neste ano, enquanto a projeção do Banco Central é de 1%, com possível revisão favorável, admitiu o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

No entanto, a economia brasileira enfrentará vários obstáculos que podem desacelerar a expansão, como a crise internacional, a alta inflação (12,13% em relação ao ano anterior) e o aumento das taxas de juros para os níveis mais altos em vários anos, o que diminui o consumo.

md (Lusa, EBC, ots)

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