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Economia da Venezuela deve encolher 25% em 2019

5 de abril de 2019

Entidade afirma que o país vive a pior crise da história da América Latina, graças à queda do preço do petróleo e à má gestão da economia pelo regime de Nicolás Maduro. Inflação deve chegar a 10 milhões por cento.

Refugiados venezuelanos deixam o país pela fronteira com a Colômbia
Órgãos internacionais preveem que 5 milhões de pessoas terão deixado o país até o fim de 2019Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Mejia

A economia da Venezuela deve sofrer uma contração de 25% em 2019, segundo previsão do Banco Mundial divulgada nesta quinta-feira (04/04). Em seu relatório semestral sobre a América Latina e o Caribe, a entidade alerta que o país vive a pior crise da história moderna na região.

"O PIB [Produto Interno Bruto] contraiu 17,7% em 2018, e é provável que ele encolha 25% em 2019", afirmam os analistas do Banco Mundial no documento. Caso as projeções se confirmem, a queda acumulada desde 2013 será de 60%.

"Nada poderia preparar a região para a escalada da crise econômica, social e humanitária na Venezuela, de longe a pior crise na história moderna da América Latina", diz o órgão.

O Banco Mundial considera que as condições socioeconômicas da Venezuela pioram rapidamente devido à queda do preço do petróleo, além de um ajuste fiscal desordenado e uma má gestão da economia por parte do governo de Nicolás Maduro.

A instituição critica ainda a monetização da dívida do setor público promovida pelo regime, uma medida que, segundo o banco, prejudicou muito a economia do país.

"As políticas altamente distorcivas [de Maduro], um ajuste fiscal confuso, a monetização da dívida do setor público e a má gestão econômica em geral têm causado hiperinflação, desvalorização cambial e uma contração maciça no produto e no consumo", diz o relatório.

A inflação chegou a 1.370.000% no fim do ano passado. Segundo a previsão do Banco Mundial, o índice deve fechar 2019 em 10.000.000%, confirmando uma estimativa apresentada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro.

O relatório regional do Banco Mundial também inclui estimativas de fontes não oficiais, que indicam que 90% da população da Venezuela vive em condições de pobreza.

A agência da ONU para os Refugiados e a Organização Internacional para as Migrações, mencionadas pelo Banco Mundial, preveem que 5 milhões de pessoas terão deixado o país até o fim de 2019.

A Venezuela é governada por Maduro desde 2013, após a morte de Hugo Chávez. Desde janeiro, o chavista, cuja reeleição em 2018 é acusada de fraudulenta pela comunidade internacional, tem sua autoridade desafiada pelo líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente legítimo do país por mais de 50 nações.

No documento divulgado nesta quinta-feira, o Banco Mundial diminui de 1,6% para 0,9% a previsão do crescimento econômico da região em 2019. A queda, segundo o relatório, se deve aos avanços "frágeis ou negativos" do PIB do Brasil, México e Argentina e ao "total colapso da Venezuela".

Se o país de Maduro não for levado em conta, a instituição prevê, no entanto, que a América Latina crescerá 1,9% em 2019 e 2,7% em 2020.

A previsão de crescimento para o Brasil foi mantida em 2,2% em 2019. Já em 2020, o Banco Mundial estima um aumento de 2,5%.

EK/afp/efe/ots

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