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Pierre Nkurunziza garante terceiro mandato no Burundi

24 de julho de 2015

Com boicote da oposição, presidente do país africano vence eleição presidencial ainda no primeiro turno. Comunidade internacional contesta credibilidade e teme que resultado possa desencadear novos conflitos étnicos.

Foto: Reuters/E. Benjamin

Com vitória ainda no primeiro turno, Pierre Nkurunziza garantiu o seu terceiro mandato como presidente do Burundi, com 69,41% dos votos na eleição, anunciou o chefe da comissão eleitoral do país, Pierre Claver Ndayicariye, nesta sexta-feira (24/07).

O resultado não surpreendeu, já que os partidos de oposição em grande parte boicotaram a votação, em meio a uma profunda crise política no país. A comissão eleitoral, no entanto, não removeu os nomes dos rivais de Nkurunziza da cédula de votação, argumentando que os principais candidatos da oposição não tinham seguido os procedimentos necessários para serem retirados da lista. Apesar do boicote, o oposicionista Agathon Rwasa recebeu quase 19% dos votos.

A instabilidade política já causou a morte de aproximadamente 100 burundianos e obrigou cerca de 150 mil a abandonarem o país desde o fim de abril, quando Nkurunziza anunciou que ia buscar um terceiro mandato de cinco anos. A manobra é classificada por críticos como inconstitucional, já que o presidente do Burundi pode ser reeleito somente uma vez.

Nkurunziza, porém, afirma que em seu primeiro mandato ele foi colocado no posto pelo Parlamento burundiano e autorizado pela Justiça a concorrer novamente na eleição popular.

Os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e a Bélgica – ex-colonizadora do país africano – questionaram a credibilidade da eleição presidencial, assim como a União Africana (UA), alegando insegurança e o fechamento forçado de meios de comunicação privados por parte do governo.

A comunidade internacional teme que a crise violenta em torno do terceiro mandato de Nkurunziza possa desencadear novos conflitos entre os grupos étnicos hutu e tutsi no Burundi, que somente em meados dos anos 2000 conseguiu controlar uma sangrenta guerra civil.

PV/afp/rtr/ap/dpa