Pinguim é caso mais recente de roubo em zoos alemães
16 de fevereiro de 2017
Ladrões miram principalmente espécies raras ou ameaçadas de extinção para revendê-las a clientes ricos, muitas vezes no exterior. Também micos-leões-dourados e araras-azuis já foram roubados.
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Araras-azuis, micos-leões-dourados, gaviões e pinguins: há anos que ladrões atacam em zoológicos alemães. O caso mais recente ocorreu na cidade de Mannheim.
No sábado passado, a administração do parque Luisenpark deu pela falta de um pinguim-de-Humboldt após uma contagem dos animais. Tratava-se de um filhote de entre 50 e 60 centímetros. A ave trazia consigo um chip de identificação implantado e, por isso, não poderia ser vendida.
Depois de uma exaustiva procura, uma pessoa achou o animal morto nesta quinta-feira (16/02), nas proximidades do parque. "Aparentemente, o criminoso se livrou dele", afirmou a polícia.
Para Volker Homes, diretor da Associação de Jardins Zoológicos da Alemanha, não se trata de um roubo ocasional. "Por trás da grande maioria dos casos estão criminosos altamente especializados", diz Homes. "Não é um caso de 'eu achei o pinguim tão bonito e vou levá-lo para a minha casa'. Trata-se de crime organizado e tráfico ilícito."
Homes enfatizou ainda que, quando se trata de crime organizado, é provável que o animal seja levado para o exterior. Por trás dos criminosos estão, frequentemente, clientes ricos. Especialmente cobiçadas são espécies ameaçadas de extinção, principalmente aves e répteis. "Trata-se de compradores que querem reproduzi-los ou criá-los num pequeno zoológico particular."
A polícia de Mannheim afirmou não descartar totalmente que alguém tenha, apenas por diversão, pulado a cerca baixa do recinto dos pinguins e colocado o animal de cinco quilos num saco. "Mas um roubo profissional também é possível", disse um porta-voz.
O pinguim-de-Humboldt é considerado uma espécie em extinção e é popular entre os criminosos. Três exemplares foram roubados em Dortmund, em 2015, e, muitos anos antes, outros três em Heidelberg. "Talvez isso se explique pelo fato de ser a espécie de pinguim mais difundida na Alemanha", opina Christina Schubert, de uma associação de proteção dos pinguins-de-Humboldt.
Pinguins-de-Humboldt podem ser mantidos em recintos ao ar livre sem grande esforço no país. "Em contraste, pinguins-gentoo vivem em Frankfurt atrás de vidros blindados por razões climáticas", disse a especialista. Ela também duvida que o caso de Mannheim tenha sido uma brincadeira de mau gosto. "Uma pessoa precisa saber lidar com pinguins. Eles podem ferir alguém."
Nos últimos anos aconteceram vários roubos de animais em zoológicos na Alemanha. Em Krefeld foram roubados, entre outros, duas araras-azuis e três micos-leões-dourados. Em Brandemburgo sumiram três filhotes de canguru. Em Suhl foi roubada uma serpente e, em Bremerhaven, um Flamingo. Um exemplar de mico-leão-dourado pode valer até 30 mil euros no mercado negro.
FC/afp/dpa
Animais no cinema: a vida após o estrelato
Sejam em carne e osso ou em filmes animados, animais como protagonistas no cinema causam dor de cabeça a sociedades protetoras e ambientalistas. Veja por quê.
Foto: picture-alliance/dpa/Disney/Pixar
Cuidado, Dory!
O filme "Procurando Dory" mal estreou na Alemanha e já causa preocupação aos ambientalistas. Eles temem que aumente o interesse pela compra do Paracanthus hepatus, a espécie de peixe de Dory. O problema é que para apanhar o peixinho tropical é usado cianeto, e, segundo especialistas, metade dos peixes capturados morre por causa disso. Também os recifes de coral sofrem com o veneno.
Foto: picture alliance/Arco Images GmbH
Nemo em perigo
O filme "Procurando Nemo" causou um aumento da procura por peixes-palhaço. As lojas mal conseguiam dar conta da demanda, resultando em sobrepesca e danos aos recifes de corais. Hoje em dia, a Fundação de Conservação Salve Nemo trabalha pela proteção dos belos peixes-palhaço.
Foto: picture-alliance/dpa
Todos queriam Lassie
O fenômeno é antigo. Já o primeiro filme com o cachorro Lassie, "A força do coração", de 1943, impulsionou a demanda por cães da raça escocesa rough collie. Nos Estados Unidos, por exemplo, em pouco tempo nasceram 40% mais exemplares dessa raça. E esse entusiasmo durou mais de dez anos.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
Efeito dálmata
O mesmo aconteceu com outras raças raninas. Depois do filme "101 dálmatas", eles viraram moda. Para atender à demanda, muitos criadores não atentaram para a tendência de surdez entre os cachorros dessa raça. E também que o dálmata precisa se movimentar muito. Nem todos os que compraram um animal dessa raça se informaram a tempo sobre essas peculiaridades.
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Charme cativante
E com o filme "Beethoven" o fenômeno foi o mesmo. Depois da estreia nos cinemas alemães, em 1992, aumentou acentuadamente o interesse por animais da raça São-bernardo, natural dos Alpes suíços.
Foto: picture-alliance/dpa
Olhar irresistível
O enorme sucesso da série "Game of Thrones" preocupa defensores de animais, devido à alta demanda por cães das raças husky e também inuit do norte, muito parecidos com lobos. Isso se repetiu com a série de histórias sobre vampiros "Twilight", em que os lobos desempenham um papel importante. O número de huskys devolvidos pelos donos entre 2008 e 2013 aumentou 420%.
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Mini, mas não tanto
Cachorros e peixes não são as únicas vítmas do estrelato. Também os leitõezinhos rosados apaixonaram as multidões, após "Babe, o porquinho atrapalhado" estrear nos cinemas em 1995. Muitos miniporcos foram comprados, embora não seja tão fácil tê-los como animais de estimação. O prefixo "mini" não garante que eles fiquem eternamente pequenos, nem evita que um dia cheguem a 100 quilos.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
Liberdade para as orcas
Keiko, do filme "Free Willy", não deslanchou uma onda de adoções de orcas, mas seus fãs lhe prestaram um outro tributo, doando milhares de dólares para sua libertação. Após longo tempo de cativeiro, seu treinador passou dois anos preparando Keiko para a vida em liberdade.
Foto: AP
Amigos até a morte
Mas Keiko não conseguiu se integrar em seu novo mundo. Talvez não fosse humano o suficiente. Desde os dois anos, o melhor amigo da orca era o ser humano, e ela preferiu o cativeiro à liberdade, os peixes congelados aos frescos. Aos 26 anos, Keiko morreu de pneumonia, no mar, mas cercado por seus maiores fãs: os seres humanos.