Pioneira do setor aeroespacial viajará com Bezos ao espaço
2 de julho de 2021
Wally Funk integrou o projeto "Mercury 13" nos anos 1960, mas nunca pode viajar ao espaço devido ao preconceito de gênero. Ela foi convidada por Bezos para acompanhá-lo no primeiro voo tripulado da Blue Origin.
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O fundador da Amazon, Jeff Bezos, fará sua primeira viagem ao espaço ao lado de uma ex-piloto de 82 anos.
A empresa aeroespacial de Bezos, a Blue Origin, anunciou nesta quinta-feira (01/07) que Bezos terá como convidada de honra Wally Funk, que participou do projeto "Mercury 13", financiado de forma privada e paralelo à Nasa, na década de 1960, mas que nunca pôde ir ao espaço devido ao preconceito de gênero existente na época.
"Bem-vinda a bordo, Wally", disse a Blue Origin no Twitter.
Funk, Bezos, o irmão dele Mark e uma pessoa que pagou mais de 28 milhões de dólares em um leilão beneficente por uma vaga serão os primeiros a viajar na cápsula New Shepard. Funk será a pessoa mais velha a chegar ao espaço.
Os quatro passarão cerca de quatro minutos acima da chamada Linha Karman, limite convencionado entre a atmosfera terrestre e o espaço.
No total, a viagem deve durar cerca de 10 minutos, e a cápsula deve subir a pouco mais de 100 quilômetros de altura. O voo acontecerá em 20 de julho, aniversário do pouso da Apollo 11, primeira nave a chegar à lua, em 1969.
Funk era a membro mais jovem do projeto "Mercury 13", que em 1961 treinou uma equipe de 13 mulheres no auge da corrida espacial. Embora elas tenham sido aprovadas em todos os testes, algumas, como Funk, com notas melhores do que os homens testados na "Mercury 7", foram impedidas pela Nasa de se tornarem astronautas. A história dessas mulheres é retratada no documentário "Mercury 13 – O Espaço delas", lançado pela Netflix em 2018.
Funk é uma pioneira na aviação: ela foi a primeira mulher como inspetora da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos e a primeira mulher como investigadora de segurança aérea do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes. Ela registrou 19.600 horas de voo e ensinou mais de 3.000 pessoas a voar, explica em vídeo postado por Bezos no Instagram.
O sistema New Shepard concluiu com êxito 15 testes não tripulados. A cápsula de passageiros é impulsionada por um pequeno foguete reutilizável, que retorna à Terra separadamente após atingir a altitude de voo. Depois, a própria cápsula volta à superfície da Terra, freada por paraquedas.
O conjunto de foguete e cápsula New Shepard foi projetado para voar de forma autônoma com seis passageiros, alto o suficiente para experimentar alguns minutos de gravidade zero e ver a curvatura do planeta antes de a cápsula pressurizada retornar à Terra.
A cápsula possui seis janelas de observação, três vezes mais altas que as de um Boeing 747, segundo a Blue Origin.
Com o voo, Bezos pretendia sair na frente das concorrentes SpaceX, de Elon Musk, e Virgin Galactic, de Richard Branson, que também desenvolvem projetos em estágio avançado para levar turistas ao espaço.
No entanto, nesta quinta-feira, Branson anunciou que a Virgin Galactic fará seu primeiro voo tripulado ao espaço no dia 11 de julho, nove dias antes de Bezos.
le (afp, ots)
Desastres naturais vistos do espaço
Como os satélites veem a Terra? E o que eles descobrem sobre os acontecimentos na superfície do planeta? Confira fotos impressionantes de catástrofes naturais observadas da órbita terrestre.
Foto: NASA
Gigante acordado
De densas cinzas a nuvens de água congelada, fenômenos naturais podem ser examinados do espaço sideral. A Estação Espacial Internacional estava passando sobre o vulcão Sarychev, localizado nas ilhas Kuril, na Rússia, quando ele entrou em erupção em 2009. Aproveitando uma brecha entre as nuvens, os astronautas puderam tirar esta foto.
Foto: NASA
Lago evaporado
Diariamente, satélites de observação, como o Proba-V da Agência Espacial Europeia, coletam imagens que permitem rastrear as mudanças ambientais ao longo do tempo. Estas fotos tiradas em abril de 2014, julho de 2015 e janeiro de 2016 (da esq. para dir.) fornecem uma visão clara da evaporação gradual do lago Poopó, em parte devido às mudanças climáticas. Ele já foi o segundo maior lago da Bolívia.
Foto: ESA/Belspo
Não brinque com fogo
Todos os anos, incêndios florestais destroem paisagens e ecossistemas ao redor do planeta. Muitas vezes, eles são causados por seres humanos. Esse também foi o caso na Indonésia, onde agricultores fizeram queimadas na floresta de turfa. Na Islândia, Bornéu e Sumatra, satélites detectaram focos de incêndio em setembro de 2015, e a coluna de fumaça cinza provocou alertas de qualidade do ar.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Chuvas torrenciais
Em 2013, choveu tanto que alguns rios da Europa Central transbordaram. Como se pode ver nesta imagem de 2013, o rio Elba rompeu as suas margens após chuvas sem precedentes. Na foto, a água enlameada cobre a área em torno da cidade de Wittenberg, no estado alemão da Saxônia-Anhalt.
Foto: NASA/J. Allen
No olho do furacão
Uma forte tempestade pode causar danos irreparáveis através de ventos intensos e chuvas torrenciais que vêm do mar. Informações obtidas do espaço são cruciais para acompanhar o desenvolvimento de tormentas: intensidade, direção, velocidade do vento. No Pacífico leste, próximo à costa mexicana, esta imagem ajudou a prever que o furacão Sandra alcançaria ventos de 160 km/h em novembro de 2015.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Derretimento de geleiras
Satélites também desempenham importante papel no monitoramento das mudanças climáticas e, inevitavelmente, do processo de degelo. Do espaço, cientistas puderam documentar a diminuição de geleiras ao redor do mundo, como também a subsequente elevação do nível dos oceanos. Esta foto feita pela Estação Espacial Internacional mostra o recuo da geleira Upsala, na Patagônia argentina, de 2002 a 2013.
Foto: NASA
Prenda a respiração
Em setembro de 2015, satélites proporcionaram esta vista impressionante de regiões povoadas no Oriente Médio envoltas numa tempestade de areia ou "haboob". Aliadas às informações de sensores de qualidade de ar no solo, observações de satélites espaciais ajudam a entender os padrões de início e desenvolvimento de uma tempestade. Essas constatações melhoram os métodos de previsão.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Montanha nua
Essas foram as palavras usadas pela Nasa para descrever a falta de neve no Monte Shasta, na Califórnia, uma fonte crucial de água para a região. Imagens que vêm documentando a estiagem ao longo dos últimos anos têm mostrado montanhas marrons que deveriam ser brancas, e terra onde se procura água. Com o degelo, a seca aumenta.