Surgido na Hungria na Idade Média, prato é hoje popular em muitos países da Europa, incluindo a Alemanha. Tudo começou com a necessidade de cozinhar algo que pudesse ser transportado.
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De origem húngara, o goulash se espalhou por outros países, integrando hoje as culinárias austríaca e alemã, por exemplo. Acredita-se que o prato – feito de cubos de carne, bovina ou suína, cozidos lentamente num caldo vermelho-alaranjado – tenha surgido na Idade Média, como uma espécie de marmita.
Já no século 9º, antes de partir com seus rebanhos, pastores húngaros cozinhavam pedaços de carne lentamente com cebola e condimentos, até que o líquido todo fosse absorvido, diz a Enciclopédia Britânica. Então o ensopado era secado no sol e embalado para viagem em sacos feitos de estômago de ovelha. Na hora de comer, bastava adicionar água para obter um ensopado novamente. Prático, não?
A grafia original gulyás hus significa "carne de vaqueiro", segundo o Pequeno Dicionário de Gastronomia de Maria Lucia Gomensoro. O caldeirão utilizado pelos pastores ou vaqueiros para preparar o prato se chamava bogracs.
A páprica teria sido adicionada ao prato somente no século 18 e hoje é indispensável à receita do goulash. A versão clássica leva carne bovina, cebola, alho, sementes de kümmel (alcarávia ou cominho-dos-prados), tomate e pimentão, mas há muitas variações.
Uma das versões de que mais gosto, já que faz parte do repertório culinário da minha família e tem gostinho de casa, é o székely gulyas ou szegediner gulasch, em alemão. Além de carne e páprica, o ensopado leva chucrute e creme azedo.
Na Alemanha, o goulash – ou gulasch – é tão popular que no açougue o picadinho de carne, bovina ou suína é chamado pelo nome do prato. O ensopado de carne e páprica é servido hoje em muitos restaurantes alemães, como sopa, com batatas ou spätzle (tipo de massa).
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Goulash húngaro*
Ingredientes
1 kg de carne bovina (pode ser coxão duro)
250 g de cebola
50 g de banha de porco (ou óleo)
3 dentes de alho
3 colheres (chá) de páprica doce em pó
2 colheres (chá) de páprica picante em pó
sal
1 colher (chá) de kümmel (alcarávia)
5 colheres (sopa) de polpa de tomate
200 ml de vinho tinto seco
3 pimentões vermelhos
açúcar
Modo de preparo
Corte a carne em cubos de 3 centímetros. Pique a cebola. Aqueça o óleo ou banha numa panela larga e refogue a cebola no fogo médio. Acrescente o alho finamente picado.
Misture as duas pápricas e refogue rapidamente com a cebola e o alho na panela. Acrescente a carne e deixe cozinhar em fogo médio durante 5 minutos, mexendo sempre. Tempere com sal e kümmel. Misture a polpa de tomate com 250 ml de água fervente e com o vinho. Acrescente a mistura à carne, tampe a panela e deixe cozinhar no fogo médio de 2 horas a 2 horas e meia.
Picar três pimentões em cubos de 3 centímetros, acrescentar à carne e deixar cozinha por mais 30 minutos. Temperar com sal a gosto e uma pitada de açúcar. Servir acompanhado de batatas cozidas.
* adaptação de receita publicada no site da revista alemã Essen und Trinken
Dez delícias das padarias alemãs
Esqueça a dieta com poucos carboidratos. A Alemanha é famosa não apenas pelo pão preto, mas também por outros irresistíveis quitutes doces e salgados.
Foto: imago/Westend61
Pãezinhos (Brötchen)
Assim como os brasileiros, os alemães gostam de apelidar suas coisas favoritas com diminutivos. Assim, o Brot (pão) virou Brötchen (pãozinho), cuja versão padrão é um pão branco. De acordo com a região, há uma palavra diferente para denominá-lo: Semmeln, Wecken, Schrippen ou Rundstück. Pãezinhos com gergelim ou sementes de girassol, papoula e abóbora também são bastante populares.
Foto: Fotolia/IrisArt
Pretzel (Brezel)
Um homem vestindo "Lederhose" (típica bermuda de couro) toma cerveja, colocada sobre uma toalha de mesa azul e branca. Cortado horizontalmente, um pretzel macio com manteiga certamente acompanhará esse momento, que é um belo estereótipo da Baviera. A especialidade do sul da Alemanha – onde é conhecido como "Brez’n" –, pode ser encontrada em todo o país.
Foto: cmfotoworks/Fotolia
Pão integral (Vollkornbrot)
Os alemães adoram pães integrais. Um exemplo famoso é o "Pumpernickel", feito apenas de centeio e água. Saudáveis, os pães integrais costumam ser escuros e podem incluir vários grãos, como gergelim ou sementes de abóbora ou papoula. Eles são mais consumidos no jantar, geralmente acompanhados de queijo ou presunto.
Foto: picture-alliance/Denkou Images
Pãozinho de leite (Milchbrötchen)
Ideal para crianças ou para quem prefere um sabor mais doce no café da manhã ou no lanche, o pãozinho de leite tem a massa branca e macia. Ele é preparado com leite, é claro, e pode levar uva-passa ou gotas de chocolate na receita. É fácil confundir os dois tipos de manchinhas pretas, então, se não quiser correr o risco de se decepcionar, pergunte antes de pedir.
Foto: DW/P. Henriksen
Croissant
É claro que a França tem os melhores do mundo, mas eles estão presentes também em qualquer brunch de domingo na Alemanha, sendo às vezes chamados de Hörnchen (pequenos chifres) devido a seu formato. Os croissants costumam ser acompanhados de geleia ou Nutella ou recheados com chocolate.
Foto: picture alliance/chromorange/A. Gravante
Cheesecake (Käsekuchen)
Famoso em Nova York, o "bolo de queijo" é um dos doces favoritos nas padarias alemãs, onde a receita é completamente diferente da americana. Na Alemanha, ele é feito com Quark, laticínio mais grosso que o iogurte, mas não tanto quanto o cream cheese – e um pouco mais azedo. O "Käsekuchen" pode levar passas na composição, e coberturas de frutas como as americanas não são tão comuns.
Os alemães são loucos por sementes de papoula. Os pontinhos pretos costumam ser encontrados em cima de diferentes pães e também em bolos. No estilo alemão do bolo, a receita leva tanta semente de papoula que a massa até parece preta. Na Alemanha, tortas e bolos costumam ser comidos numa pausa para o café da tarde, e não como sobremesa.
Foto: Erika Klein
Picada de abelha (Bienenstich)
Ninguém quer uma picada de abelha – a menos que ela venha em forma de um delicioso bolo com creme e amêndoas. Aqui vai uma dica para comê-lo: como as amêndoas caramelizadas deixam a cobertura um pouco dura, fica difícil cortá-la com o garfo. Em vez disso, separe as camadas do bolo e aprecie o recheio de baunilha e as amêndoas separadamente.
Foto: Fotolia/Andrea Klinger
Sonho (Berliner)
Diz a lenda que o doce foi inventado no século 18 por um padeiro berlinense que trabalhava para Frederico, O Grande, antigo rei da Prússia. O Berliner, conhecido como "Krapfen" em algumas regiões, é tradicionalmente consumido no Ano Novo e no Carnaval. Ele costuma ser polvilhado com açúcar e recheado com geleia, mas há inúmeras variações de sabores.
Foto: picture alliance/chromorange/A. Schmid
Cuca (Streuselkuchen)
É difícil resistir à farofa doce e crocante disposta sobre a massa do Streuselkuchen, conhecido como cuca no sul do Brasil. As padarias costumam vender esse bolo em grandes pedaços, que podem ser divididos em quatro – se você estiver a fim de compartilhá-los. Se optar por comê-lo acompanhado de um café, você terá a experiência de um típico café da tarde alemão.