Refrescante, doce e azeda na medida certa, sobremesa típica da Alemanha e da Escandinávia pode levar frutas como morangos, cerejas e framboesas. Ela pode ser servida com molho de baunilha, sorvete de creme ou chantilly.
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No Brasil, já vi a sobremesa rote grütze ser comparada ao nosso sagu de vinho. Deve ser devido à consistência do caldo, um pouco grossa, e à cor vermelha (rot, em alemão). A receita europeia pode ou não levar vinho tinto e, em vez das bolinhas de fécula de mandioca, é feita com frutas vermelhas.
A palavra grütze vem de gruzzi, que em alemão antigo significa moído grosseiramente. O termo hoje denomina sêmola, ou seja, os grumos que resultam da moagem incompleta de cereais.
A palavra talvez seja usada para descrever a compota de frutas vermelhas devido à consistência do rote grütze, semelhante à de um mingau preparado com algum tipo de cereal moído, como aveia.
Rote grütze é particularmente típico do norte da Alemanha, sobretudo do estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, da Dinamarca e da Suécia.
A mistura de frutas pode incluir morango, cereja, framboesa, amora, mirtilo, groselha – de preferência frescas, mas também é possível usar congeladas. A versão clássica é preparada com framboesa e groselha.
Há receitas que levam suco de laranja ou limão, e baunilha. Outras que recomendam passar as frutas numa peneira, mas eu prefiro sentir bem os pedaços.
A sobremesa figura no menu de muitos restaurantes alemães, e também é possível comprar o rote grütze pronto, nas geladeiras dos supermercados, ou em vidros na seção de geleias.
Para contrabalancear o sabor azedinho das frutas, costuma-se servir a compota com sorvete de creme, molho de baunilha ou chantilly. Muitas vezes a compota é servida como prato principal e pode também ser usada como cobertura de bolos.
Confira a receita:
Ingredientes (para 4 pessoas)
300 g de morango
150 g de framboesa ou amora
150 g de cereja ou mirtilo
150 g de açúcar
100 g de amido de milho
100 ml de vinho tinto (opcional)
Modo de preparo
Lavar, limpar e cortar os morangos em quatro. Lavar as framboesas ou amoras. Lavar e remover o caroço das cerejas. Cozinhar as frutas com 750 ml de água por cerca de 15 minutos.
Acrescentar o açúcar às frutas e ferver novamente. Num copo, misturar o amido de milho com 100 ml de água ou vinho tinto. Adicionar a mistura às frutas. Deixar ferver, mexendo sempre.
Distribuir a compota em quatro tigelas de sobremesa e deixar esfriar. Servir o rote grütze com sorvete de creme, molho de baunilha ou chantilly.
*Receita traduzida e adaptada do livro Deutsche Küche: Die besten Rezepte aus Allen Bundesländer
Toda semana, a coluna Pitadas traz receitas, curiosidades e segredos da culinária europeia, contados por Luisa Frey, jornalista aspirante a mestre-cuca.
Dez delícias das padarias alemãs
Esqueça a dieta com poucos carboidratos. A Alemanha é famosa não apenas pelo pão preto, mas também por outros irresistíveis quitutes doces e salgados.
Foto: imago/Westend61
Pãezinhos (Brötchen)
Assim como os brasileiros, os alemães gostam de apelidar suas coisas favoritas com diminutivos. Assim, o Brot (pão) virou Brötchen (pãozinho), cuja versão padrão é um pão branco. De acordo com a região, há uma palavra diferente para denominá-lo: Semmeln, Wecken, Schrippen ou Rundstück. Pãezinhos com gergelim ou sementes de girassol, papoula e abóbora também são bastante populares.
Foto: Fotolia/IrisArt
Pretzel (Brezel)
Um homem vestindo "Lederhose" (típica bermuda de couro) toma cerveja, colocada sobre uma toalha de mesa azul e branca. Cortado horizontalmente, um pretzel macio com manteiga certamente acompanhará esse momento, que é um belo estereótipo da Baviera. A especialidade do sul da Alemanha – onde é conhecido como "Brez’n" –, pode ser encontrada em todo o país.
Foto: cmfotoworks/Fotolia
Pão integral (Vollkornbrot)
Os alemães adoram pães integrais. Um exemplo famoso é o "Pumpernickel", feito apenas de centeio e água. Saudáveis, os pães integrais costumam ser escuros e podem incluir vários grãos, como gergelim ou sementes de abóbora ou papoula. Eles são mais consumidos no jantar, geralmente acompanhados de queijo ou presunto.
Foto: picture-alliance/Denkou Images
Pãozinho de leite (Milchbrötchen)
Ideal para crianças ou para quem prefere um sabor mais doce no café da manhã ou no lanche, o pãozinho de leite tem a massa branca e macia. Ele é preparado com leite, é claro, e pode levar uva-passa ou gotas de chocolate na receita. É fácil confundir os dois tipos de manchinhas pretas, então, se não quiser correr o risco de se decepcionar, pergunte antes de pedir.
Foto: DW/P. Henriksen
Croissant
É claro que a França tem os melhores do mundo, mas eles estão presentes também em qualquer brunch de domingo na Alemanha, sendo às vezes chamados de Hörnchen (pequenos chifres) devido a seu formato. Os croissants costumam ser acompanhados de geleia ou Nutella ou recheados com chocolate.
Foto: picture alliance/chromorange/A. Gravante
Cheesecake (Käsekuchen)
Famoso em Nova York, o "bolo de queijo" é um dos doces favoritos nas padarias alemãs, onde a receita é completamente diferente da americana. Na Alemanha, ele é feito com Quark, laticínio mais grosso que o iogurte, mas não tanto quanto o cream cheese – e um pouco mais azedo. O "Käsekuchen" pode levar passas na composição, e coberturas de frutas como as americanas não são tão comuns.
Os alemães são loucos por sementes de papoula. Os pontinhos pretos costumam ser encontrados em cima de diferentes pães e também em bolos. No estilo alemão do bolo, a receita leva tanta semente de papoula que a massa até parece preta. Na Alemanha, tortas e bolos costumam ser comidos numa pausa para o café da tarde, e não como sobremesa.
Foto: Erika Klein
Picada de abelha (Bienenstich)
Ninguém quer uma picada de abelha – a menos que ela venha em forma de um delicioso bolo com creme e amêndoas. Aqui vai uma dica para comê-lo: como as amêndoas caramelizadas deixam a cobertura um pouco dura, fica difícil cortá-la com o garfo. Em vez disso, separe as camadas do bolo e aprecie o recheio de baunilha e as amêndoas separadamente.
Foto: Fotolia/Andrea Klinger
Sonho (Berliner)
Diz a lenda que o doce foi inventado no século 18 por um padeiro berlinense que trabalhava para Frederico, O Grande, antigo rei da Prússia. O Berliner, conhecido como "Krapfen" em algumas regiões, é tradicionalmente consumido no Ano Novo e no Carnaval. Ele costuma ser polvilhado com açúcar e recheado com geleia, mas há inúmeras variações de sabores.
Foto: picture alliance/chromorange/A. Schmid
Cuca (Streuselkuchen)
É difícil resistir à farofa doce e crocante disposta sobre a massa do Streuselkuchen, conhecido como cuca no sul do Brasil. As padarias costumam vender esse bolo em grandes pedaços, que podem ser divididos em quatro – se você estiver a fim de compartilhá-los. Se optar por comê-lo acompanhado de um café, você terá a experiência de um típico café da tarde alemão.