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Plutão esconde oceano subterrâneo, dizem cientistas

17 de novembro de 2016

Imagens captadas pela sonda New Horizon apontam que quantidade de água no interior do planeta anão equivale à de todos os mares da Terra. Oceano é coberto por densa camada de gelo.

Plutão
Foto: picture-alliance/Bildagentur-online/Saurer

Cientistas americanos descobriram fortes evidências de que Plutão esconde um oceano subterrâneo em seu interior. Segundo duas pesquisas publicadas nesta semana pela revista científica Nature, a quantidade de água encontrada seria equivalente à acumulada em todos os oceanos da Terra.

A hipótese de que pode haver um mar subterrâneo em Plutão não é nova, mas ganhou força com o resultado das pesquisas recém-divulgadas. Elas são baseadas na análise de imagens captadas pela sonda New Horizon, da Nasa, que sobrevoou Plutão em julho de 2015.

De acordo com os estudos, o mar encontra-se abaixo da superfície da bacia Sputnik Planitia, que é revestida por uma camada de 200 quilômetros de gelo e tem formato de coração. A bacia recebeu este nome após um satélite russo ter explorado a área, em 1957.

Segundo as novas pesquisas, focadas em investigar a estrutura e formação do planeta anão, alguns fatores ajudariam a explicar por que o oceano não congelou. Esse bloco de gelo que fica entre o oceano e a atmosfera é tão sólido e grosso que acaba agindo como isolante térmico.

Além disso, apesar de Plutão estar 40 vezes mais distante do Sol do que a Terra, ainda há calor radioativo no planeta, desde a época de sua formação, há 4,6 bilhões de anos, que seria suficiente para impedir o congelamento da água. Além disso, no oceano há a presença de amônia, substância com efeito anticongelante.

Embora a presença de água num planeta seja considerada condição essencial para existência de vida, as pesquisas apontam que é pouco provável que algum ser vivo sobreviva em um lugar coberto por tanto gelo.

A existência de um oceano submerso também esclarece questões relacionadas à estrutura e movimentação de Plutão. Os cientistas acreditam que o peso dessa massa enorme e gelada é tão grande que alterou os movimentos de rotação do planeta – influenciados pelas marés provocadas pela lua Caronte, a mais próxima de Plutão.

Após sobrevoar a órbita de Plutão, a sonda New Horizon segue agora em direção a um novo planeta gelado do Cinturão de Kuiper, a cerca de 1,6 bilhão de quilômetros de distância de Plutão. A previsão de chegada é janeiro de 2019.

NT/ap/ots

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