Pobreza ameaça mais mulheres do que homens na Alemanha
8 de março de 2019
Partido A Esquerda divulga números para chamar a atenção para diferenças entre salários e condições de trabalho de homens e mulheres no país.
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A pobreza ameaça mais mulheres do que homens na Alemanha, segundo números do órgão de estatísticas da União Europeia (UE) divulgados nesta sexta-feira (08/03) pelo partido alemão A Esquerda.
Em 2017, cerca de 7,1 milhões de mulheres e 6,1 milhões de homens estavam ameaçados pela pobreza no país. Uma pessoa cai nessa categoria quando ganha até 60% da renda média. Os números representam 17,1% das mulheres do país e 15% dos homens.
"Infelizmente, o tema pobreza é desde sempre associado às mulheres, e todas as promessas da boca para fora do governo não servem para nada", criticou a deputada Sabine Zimmermann.
A deputada lembrou que as mulheres ganham menos do que os homens e costumam trabalhar mais do que eles em meio período, o que resulta em contribuições menores para a aposentadoria e também em aposentadorias menores.
Ela afirmou ainda que as mulheres ocupam mais vagas em empregos de baixa remuneração. Entre as mulheres empregadas, 27,1% estão nessa categoria. Entre os homens são 16,2%.
Zimmermann disse que o governo alemão deveria implementar uma política que ajude a fechar a lacuna existente entre homens e mulheres nos salários, horários de trabalho e aposentadorias.
O salário bruto médio de mulheres que trabalham em tempo integral na Alemanha é de 2.920 euros , enquanto o dos homens é de 3.372 euros, segundo a Agência Federal do Trabalho.
AS/dpa
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Mulheres inscritas no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria e protagonistas ainda pouco reconhecidas na história do país.
Foto: Public domain
Anita Garibaldi
Chamada de "heroína dos dois mundos", a catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (1824-1849), lutou pelos ideais republicanos ao lado do marido, Giuseppe Garibaldi, tanto no Brasil quanto na Itália, respectivamente, na Guerra dos Farrapos e no movimento pela unificação italiana. Desde 2012, seu nome está inserido no "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria".
Foto: Public domain
Bárbara de Alencar
O livro no Panteão da Pátria em Brasília também inclui Bárbara de Alencar (1760-1832). A avó do escritor José de Alencar participou da Confederação do Equador, impulsionando o ideal republicano no Ceará no inicio do século 19. Ainda hoje se pode visitar a masmorra em que foi presa e torturada na fortaleza que dá nome à capital alencarina. Ela é considerada a primeira presa política do Brasil.
Foto: Public domain
Ana Néri
Em 2009, a baiana Ana Justina Ferreira Nery (1814-1880) iniciou a lista das Heroínas da Pátria. Depois de viúva, ela partiu com seus três filhos para frente de batalha na Guerra do Paraguai, onde cuidou de feridos, organizou hospitais de campanha e montou uma enfermaria às próprias custas na ocupada capital paraguaia. Ganhou a fama de "Mãe dos Brasileiros" e primeira enfermeira do Brasil.
Foto: Public domain
Jovita Feitosa
Aos 17 anos, a cearense Antônia Alves Feitosa (1848-1867), conhecida como "Jovita", travestiu-se de homem para lutar na Guerra do Paraguai. Mesmo com sua identidade desmascarada, foi aceita no corpo de voluntários e ganhou fama nacional, mas foi impedida de ir ao campo de batalha. Foi incluída no Livro das Heroínas da Pátria em 2017 e hoje dá nome a uma importante avenida da capital do seu estado.
Foto: Public domain
Maria Quitéria
Como "Soldado Medeiros", a baiana Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853) participou ativamente nas lutas pela independência do Brasil em 1822. Sua habilidade com armas e disciplina militar fizeram com que ela permanecesse no exército mesmo depois de sua identidade ter sido revelada. Foi a primeira mulher a entrar em combate pelo Brasil e condecorada pelo próprio imperador Dom Pedro 1°.
Foto: public domain
Joana Angélica
Se Maria Quitéria foi a guerreira das lutas pela independência na Bahia, a freira Joana Angélica de Jesus (1761 - 1822) é considerada a mártir desse movimento. No ano de sua morte, os saques praticados pelas tropas portuguesas em Salvador também atingiram o Convento da Lapa, no qual era abadessa. Ao tentar impedir que entrassem no convento, Joana Angélica foi esfaqueada por um dos soldados.
Foto: Public domain
Maria Felipa de Oliveira
A luta pela independência na Bahia teve a participação de outra importante personagem: Maria Felipa de Oliveira. A marisqueira e pescadora da ilha de Itaparica liderou um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e etnias, combatendo tropas portuguesas e incendiando navios que se preparavam para atacar Salvador. Ela é conhecida como a Heroína Negra da Independência.
Foto: Public domain
Clara Camarão
No século 17, a índia potiguar Clara Camarão participou junto ao marido, Felipe Camarão, também um Herói da Pátria, das lutas de resistência contra as invasões holandesas no Nordeste brasileiro. Para os historiadores, embora pouco se saiba sobre a vida da guerreira potiguar, seu reconhecimento como Heroína da Pátria dá destaque a personagens indígenas pouco prestigiados na história do Brasil.
Foto: tse/biblioteca digital
Zuzu Angel
Zuzu Angel (1921-1976) é a única mulher da recente história brasileira a ser reconhecida como Heroína da Pátria. Segundo a jornalista Hildegard Angel, o nome de sua mãe está junto a todos aqueles que sofreram sob a ditadura. Após a morte de seu filho pelo regime em 1971, a estilista passou a denunciar as arbitrariedades dos militares. Morreu em acidente de carro atribuído aos agentes de repressão.
Foto: Public domain/Arquivo Nacional Collection
Heroínas desconhecidas
Em 2019, a Mangueira se tornou campeã do Carnaval carioca com enredo que fala dos heróis e heroínas desconhecidas do Brasil. Uma delas foi Esperança Garcia, reconhecida simbolicamente pela OAB como a primeira advogada do Piauí. Em 1770, ela escreveu uma petição ao presidente da província, denunciando maus- tratos e abusos sofridos por ela e seu filho na fazenda em que eram escravos.
Foto: Divulgação
Marias, Mahins, Marielles, malês
Além de Dandara dos Palmares, defensora da liberdade dos negros ao lado do marido, Zumbi, foram lembradas Luísa Mahin, que articulou o levante de escravos na Bahia conhecido como Revolta dos Malês; e Marielle Franco, política e ativista assassinada em 2018 no Rio de Janeiro. "Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês", lembra o samba-enredo da escola vencedora.