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Pobreza infantil se alastra

Marta Barroso15 de novembro de 2007

A situação de pobreza entre as crianças alemãs é dramática. Assim a descreve o "Relatório sobre as condições de vida das crianças na Alemanha", apresentado pela organização não-governamental Deutsches Kinderhilfswerk.

Uma em cada seis crianças é pobre na AlemanhaFoto: picture-alliance/ dpa

A conjuntura nacional vai de vento em popa, o desemprego está em queda desde 2006 e, no entanto, os mais jovens parecem não se beneficiar do panorama na Alemanha. Em 1965, a ajuda social era realidade para uma em cada 75 crianças abaixo dos sete anos de idade. Em 2006, a situação afeta uma em cada seis, ou seja, 14% da geração mais nova do país.

Estima-se que 5,9 milhões de crianças provêem de famílias com um salário anual total de até 15.300 euros. Segundo a organização alemã Deutsches Kinderhilfswerk, que se ocupa em melhorar as condições de vida das crianças na Alemanha, são os sistemas tributário e social os causadores da situação das famílias, que se vêem sobrecarregadas de impostos.

Conseqüência: as crianças sofrem, a economia também

De acordo com o Relatório sobre as condições de vida das crianças na Alemanha, a capacidade de aprendizagem das crianças vítimas da pobreza crescente é influenciada em grande medida pela situação financeira precária em que vivem – desde distúrbios de comportamento a dificuldades de desenvolvimento e necessidade de terapia.

Falta de chances para crianças relacionada com pobrezaFoto: picture-alliance/dpa

O relatório continua, argumentando que as crianças socialmente desfavorecidas se isolam cada vez mais nos seus bairros, têm menos oportunidades de obter uma boa formação profissional e não recebem o apoio social necessário. Aos olhos da ONG Deutsches Kinderhilfswerk, a situação é dramática, tendo em vista a diminuição da taxa de natalidade na Alemanha, enquanto cada vez mais mão-de-obra qualificada deixa o país.

Os mais afetados são, ainda segundo o relatório, os filhos de imigrantes. Um terço das crianças estrangeiras moradoras na Alemanha vive no estado da Renânia do Norte-Vestfália, e um terço dos adolescentes depende do chamado Hartz IV, um subsídio em vigor desde 2005.

Desta forma, o potencial das crianças perde-se e, a médio prazo, as conseqüências irão refletir-se na economia nacional, diz o presidente da Deutsches Kinderhilfswerk, Thomas Krüger. "A política familiar precisa de uma mudança, caso contrário, pouco a pouco a riqueza do país se perderá." Daí as exigências de sua organização: o aumento do abono de família, bem como das possibilidades de assistência social em idade pré-escolar.

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