Polícia alemã descobre plantação de maconha em Bremen
24 de janeiro de 2017
Após ser chamada para averiguar inundação em porão, polícia encontra no local, por acaso, 427 pés de maconha. Vazamento foi causado por torneira esquecida aberta na plantação.
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Ao serem chamados para averiguar um vazamento de água no porão de um prédio residencial e comercial em Bremen, na Alemanha, policiais encontraram uma grande plantação de maconha, anunciaram autoridade locais nesta segunda-feira (23/01).
A polícia foi acionada na terça-feira passada por um morador do prédio, após este encontrar o porão inundando com alguns centímetros de água. Para localizar o vazamento, policiais, junto com bombeiros, quebram algumas portas do local e atrás de uma delas encontraram uma plantação profissional com 427 pés de maconha.
A causa do vazamento também estava no local da plantação. Uma torneira de um tanque foi esquecida aberta. O tanque acabou enchendo e inundando todo o porão do prédio. Numa busca pelo imóvel, a polícia encontrou, num apartamento no térreo, outros equipamentos usados na plantação.
Segundo o morador que acionou a polícia, o porão pertencia a uma loja alugada no prédio. A polícia continua investigando o caso para determinar os responsáveis pela plantação. O cultivo e a venda de maconha são ilegais na Alemanha.
Na semana passada, a polícia alemã descobriu, por acaso, outra plantação de maconha num porão da cidade de Hürth, localizada no estado da Renânia do Norte-Vestfália. O cheiro, sentindo na entrada do prédio, foi o que chamou a atenção dos policiais. Depois de procurar um pouco, 250 pés de maconha foram encontrados num dos aposentos do porão.
Quatro pessoas, com idades entre 22 anos e 60 anos, ligadas ao dono da plantação foram presas e os pés de maconha e equipados usados no cultivo foram apreendidos.
CN/afp/dw
Drogas com passado alemão
Muitos entorpecentes produzidos hoje em laboratórios clandestinos espalhados pelo mundo são criações de cientistas, militares e empresas da Alemanha.
Na Segunda Guerra
Nas campanhas na Polônia, em 1939, e na França, em 1940, Hitler enviou soldados drogados para o front. Na ocupação da França, teriam sido dados às tropas 35 milhões de comprimidos de Pervitin, que tinha o apelido de "chocolate de tanque" ou "pílula de Hermann Göring". A substância ativa, metanfetamina, é um estimulante do sistema nervoso central. Mas também os Aliados dopavam seus soldados.
Foto: picture-alliance/dpa-Bildarchiv
Alerta, destemido e sem fome
A droga foi produzida por um japonês, inicialmente em forma líquida. Químicos da fábrica berlinense Temmler aperfeiçoaram o produto e o patentearam em 1937. Um ano mais tarde o medicamento era lançado no mercado. Ele era usado contra cansaço, sensação de fome e sede e medo. Hoje em dia, o Pervitin é comercializado ilegalmente sob novo nome: Crystal Meth.
High Hitler?
Historiadores divergem se Adolf Hitler era dependente de Pervitin. Nas anotações de seu médico pessoal, Theodor Morell, aparece um "X" com frequência. Nunca foi esclarecido o que ele significa. Sabe-se, no entanto, que Hitler recebia medicamentos fortes, a maioria provavelmente muito aquém das atuais leis de combate às drogas.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Milagrosa" heroína
A criatividade dos produtores de drogas na Alemanha já havia começado muito mais cedo. "Fim à tosse graças à heroína", era o slogan da fabricante alemã Bayer no final do século 19 para o seu sucesso de vendas. Em pouco tempo, a heroína passou a ser prescrita contra epilepsia, asma, esquizofrenia e doenças cardíacas, mesmo em crianças. Como efeito colateral, a Bayer apontava prisão de ventre.
Pai da aspirina e da heroína
O químico e farmacêutico Felix Hoffmann é celebrado especialmente como o inventor da aspirina. Sua segunda grande descoberta aconteceu quase por acaso, enquanto experimentava com ácido acético. Ele resolveu combinar este ácido com morfina, obtido do suco da papoula usada para produzir ópio, criando assim a heroína. O produto só se tornaria ilegal na Alemanha em 1971.
Cocaína para oftalmologistas
Já desde 1862, a alemã Merck fabricava cocaína, usada na época pelos oftalmologistas como anestésico local. Ao pesquisar folhas de coca da América do Sul, o químico Albert Niemann havia isolado um alcaloide, que chamou de cocaína. Niemann morreu pouco depois de sua descoberta, vítima de um problema pulmonar.
Foto: Merck Corporate History
Freud e cocaína
Sigmund Freud consumia cocaína para fins científicos. Em seus "Escritos sobre a cocaína", o pai da psicanálise escreveu que ela não traz inconvenientes. Segundo ele, a substância transmite euforia, energia para viver, e motiva a trabalhar. Seu entusiasmo, no entanto, acabou com a morte de um amigo por causa da droga. Naquele tempo, a cocaína era prescrita contra dor de cabeça e dor no estômago.
Foto: Hans Casparius/Hulton Archive/Getty Images
O barato do Ecstasy
Embora o americano Alexander Shulgin seja considerado o inventor da pílula Ecstasy, a receita para sua produção estava em mãos da fabricante alemã Merck. Em 1912, foi dada entrada para a patente de uma substância oleosa sem cor chamada metilenodioximetanfetamina (MDMA ). Na época, os químicos consideraram que ela não teria valor comercial.
Foto: picture-alliance/epa/Barbara Walton
Efeitos de longo prazo
Os efeitos destas descobertas são implacáveis. As Nações Unidas calculam que em 2013 morreram 190 mil pessoas no mundo devido ao consumo de drogas ilegais. Em relação a bebidas alcoólicas, que não são proibidas, os números são mais impressionantes: a Organização Mundial da Saúde estima que em 2012 5,9% de todos os casos de morte no mundo (3,3 milhões) foram uma consequência do consumo de álcool.