Quarto suspeito detido
29 de novembro de 2011A polícia alemã prendeu mais um suspeito de colaborar com a célula neonazista a que são atribuídos dez assassinatos, roubos diversos e pelo menos um ataque à bomba, informou nesta terça-feira (29/11) a Procuradoria Geral em Karlsruhe.
Com a prisão, sobe para quatro o número de pessoas detidas por envolvimento em atividades do grupo terrorista neonazista Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em alemão). A descoberta da organização, no início deste mês, chocou a Alemanha.
Ralf W., de 36 anos, foi preso na cidade de Jena, no estado da Turíngia, leste da Alemanha. Ele até agora vinha negando qualquer tipo de colaboração com o grupo de ultradireita, considerado autor dos assassinatos de oito turcos, um grego e uma policial entre os anos de 2000 e 2007.
Trio de Zwickau
A célula principal do NSU era um trio, descoberto no início deste mês, quando dois de seus membros, Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, foram encontrados mortos em um trailer em chamas no início de novembro. A terceira integrante, Beate Zschäpe, se entregou à polícia depois de explodir o apartamento compartilhado pelos três em Zwickau, também na Turíngia.
Investigadores encontraram no trailer e no apartamento provas dos crimes em que estavam envolvidos e que permaneciam até então sem solução.
Dirigente do NPD
Ralf W. foi durante anos dirigente do Partido Nacional Democrático (NPD), controverso partido de extrema-direita cuja tentativa de proibição fracassou perante a Suprema Corte Constitucional alemã em 2003. Ele ingressou no partido em 1999.
Segundo porta-vozes da Procuradoria, Ralf W. é considerado “altamente suspeito” de ter colaborado com o grupo terrorista, sendo acusado de cumplicidade em seis assassinatos e uma tentativa de homicídio. Entre 2001 e 2002, ele teria fornecido uma arma e munição ao trio de Zwickau.
O suspeito teria contato com o trio desde os anos 90. Segundo a Procuradoria-Geral, ele teria conhecimento dos crimes cometidos e também apoiado financeiramente o grupo de Zwickau.
MD/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler