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CriminalidadeAlemanha

Polícia alemã faz buscas relacionadas a ataque em Viena

6 de novembro de 2020

Operação vasculha casas e escritórios de cinco homens ligados a simpatizante do "Estado Islâmico" que matou quatro pessoas na capital austríaca. Polícia suíça também deteve dois conhecidos do criminoso.

Dois policiais armados parados em frente a uma casa. Um deles está de costas e o outro, de lado. O policial que está de lado veste uma balaclava.
Buscas ocorreram em Osnabrück (foto), Kassel, Pinneberg e BremenFoto: Festim Beqiri/TV7News/dpa/picture alliance

Policiais alemães vasculharam nesta sexta-feira (06/11) casas e escritórios de cinco homens com possíveis conexões com osimpatizante do c (EI) que matou quatro pessoas em um ataque no centro de Viena na segunda-feira.

O Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA, na sigla em alemão) informou que as buscas foram realizadas nas cidades de Osnabrück, Kassel, Bremen e no distrito de Pinneberg. Ninguém foi detido.

"Não há suspeitas iniciais de que as pessoas atingidas pelas ações de hoje participaram no ataque [em Viena]", declarou o BKA, mas há indícios de que elas tenham conexões com o criminoso que realizou o ataque.

O autor do ataque tinha 20 anos e foi morto pela polícia na segunda-feira, pouco depois de ter matado quatro pessoas a tiros e ferido mais de outras 20 em Viena.

Ele tinha dupla cidadania da Áustria e da República da Macedônia do Norte, já havia sido condenado na Áustria por tentar se integrar ao movimento extremista islâmico EI na Síria e fora colocado em liberdade em dezembro do ano passado.

Ao detalhar a ação desta sexta-feira, promotores federais alemães afirmaram que há suspeitas de que dois dos homens alvos da operação haviam se encontrado com o criminoso em Viena neste verão europeu, e de que um terceiro tentou entrar em contato pela internet com ele. Um quarto estaria em contato com pessoas que conheciam o criminoso. O quinto dos homens, teria mantido contado com os quatro demais.

Na quinta-feira, o ministro austríaco do Interior, Karl Nehammer, declarou que o autor do atentado parecia estar ligado a uma rede de islâmicos radicais também ativa na Suíça e em outro país.

Nehammer não revelou qual seria esse outro país, mas o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, disse haver uma conexão com a Alemanha. "Agora os órgãos de segurança da Alemanha têm uma tarefa primordial, que é avaliar e checar essas conexões", afirmou Seehofer.

A polícia federal da Suíça informou na quinta-feira também ter detido em local próximo a Zurique dois conhecidos do criminoso, que teriam 18 e 24 anos.

Erros na análise de informações

Na quinta-feira, partidos de oposição na Áustria não conseguiram aprovar uma moção de desconfiança contra Nehammer, após ele ter admitido erros na análise de informações de inteligência.

Isso inclui uma declaração da polícia da Eslováquia de que "pessoas suspeitas da Áustria" haviam tentado comprar munições para fuzis durante o verão europeu em uma loja em Bratislava.

O chefe da polícia de Viena, Gerhard Puerstl, afirmou que o autor do atentado não estava claramente identificável nas fotos enviadas pela Eslováquia.

Colaboração com o FBI

Entre os 16 suspeitos detidos na Áustria, quatro já haviam sido condenados por crimes relacionados a terrorismo, dois por crimes violentos e dois por uma tentativa de "crime de honra".

"Tivemos uma cooperação intensa com o FBI", afirmou Nehammer, acrescentando que o órgão americano havia fornecido "informações valiosas" às autoridades austríacas.

Durante uma vigília com velas em Viena realizada na quinta-feira, imãs, rabinos e o cardeal católico da cidade, Christoph Schoenborn, caminharam por locais do ataque e rezaram juntos pelas vítimas.

A mais jovem tinha 21 anos e foi identificada como Nedzip V. As outras eram uma estudante alemã de 24 anos que trabalhava como garçonete, um homem de 39 anos e uma mulher de 44 anos.

BL/ap/dpa/ots