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CatástrofeAlemanha

Polícia alemã investiga incêndio em hotel com ucranianos

20 de outubro de 2022

Autoridades suspeitam que fogo tenha sido provocado e apuram possível crime de ódio com motivação política. Ministra do Interior visita o local e promete resposta dura se crime for confirmado. Ninguém se feriu.

Bombeiro com mangueira joga água em prédio que expele fumaça
Bombeiros controlam as chamas no Hotel SchaefereckFoto: Jens Büttner/dpa/picture alliance

Um incêndio atingiu um hotel que hospedava refugiados ucranianos no nordeste da Alemanha na noite de quarta-feira (20/10), em um caso que está sendo investigado pela polícia como criminoso e politicamente motivado.

Catorze hóspedes, a maioria deles ucranianos, e três funcionários estavam no Hotel Schaefereck, no vilarejo de Gross Strömkendorf, que possui telhado de palha, quando o incêndio começou às 21h20, de maneira ainda desconhecida, segundo a polícia de Rostock. Nenhuma pessoa se feriu.

"De acordo com as circunstâncias, suspeita-se de incêndio criminoso e assume-se uma motivação política", disse a polícia em uma declaração. Jornais locais informaram que policiais já haviam ido ao local anteriormente, após uma suástica ter sido pintada na entrada do edifício.

O hotel fica no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, próximo à costa do mar Báltico, na vila de Gross Strömkendorf, e desde abril serve de alojamento para ucranianos que fogem da invasão russa de seu país.

Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, visitou o local nesta quinta-feiraFoto: Jens Büttner/dpa/picture alliance

"As pessoas que procuraram refúgio da guerra de Putin tiveram que ser resgatadas das chamas", disse a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, que visitou o local nesta quinta-feira. "Se o fogo criminoso for confirmado, trata-se de um crime de ódio que será processado com todo o vigor. (...) A resposta do Estado será muito dura."

"Ataque aos nossos valores"

A Alemanha já recebeu cerca de 1 milhão de refugiados da Ucrânia desde o início da invasão russa. Mas, ao contrário da crise de imigração de 2015, quando diversos abrigos de refugiados foram atacados por extremistas, neste ano foram registrados poucos incidentes criminosos contra ucranianos que buscam proteção.

Os promotores determinaram a investigadores especializado em incêndios que apurem a causa do incêndio.

"Fiquei profundamente chocado com o que aconteceu aqui", disse o inspetor-chefe de polícia Michael Peters. "Qualquer ataque aos refugiados ou às suas acomodações é um ataque aos nossos valores. Um ataque desses é chocante e inaceitável."

O incêndio ocorreu perto do local onde, em agosto de 1992, centenas de radicais de extrema direita promoveram uma revolta por dois dias contra requerentes de refúgio e lançaram bombas de gasolina em seus acampamentos.

Esses ataques desencadearam episódios semelhantes em toda a Alemanha, incluindo um incêndio criminoso no ano seguinte, promovido por neonazistas, da casa de uma família turca em Solingen, que deixou cinco mortos e 14 feridos.

bl/as (AFP, Reuters)

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