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Polícia alemã investiga suástica em prédio do Parlamento

7 de dezembro de 2020

Assessor de deputado do Partido Verde encontrou o símbolo cravado na porta do elevador de anexo do Bundestag em Berlim. Exibir emblemas nazistas é crime na Alemanha, punível com até três anos de prisão.

Vista aérea do complexo de prédios do Bundestag, em Berlim
Foto: Bernd Settnik/dpa/picture alliance

A polícia da Alemanha abriu uma investigação para apurar o desenho de uma suástica no interior de um prédio do Parlamento em Berlim. Um porta-voz do Bundestag confirmou que o símbolo, proibido pela Constituição alemã, foi encontrado cravado na porta de um elevador.

Neste domingo (06/12), um assessor do deputado Dieter Janecek, do Partido Verde, publicou no Twitter uma foto mostrando a porta arranhada com a suástica, no interior da Jakob-Kaiser-Haus, um prédio de gabinetes de parlamentares ao lado do Reichstag, que abriga o Parlamento.

"Hoje fui ao escritório, no Bundestag, para fazer algumas coisas, e alguém arranhou isso na porta do elevador", escreveu o funcionário Alexander König, com a hashtag "nazistas no Bundestag".

Mais tarde, o porta-voz do Parlamento afirmou à agência de notícias alemã DPA que o símbolo foi temporariamente coberto, e que uma investigação foi iniciada para apurar o caso.

Na Alemanha, é ilegal exibir ou reproduzir símbolos nazistas, um crime que pode ser punido com até três anos de prisão.

Suásticas e outros símbolos proibidos só podem ser expostos se o objetivo for "educação cívica, combate a atividades inconstitucionais, arte e ciência, pesquisa e educação, cobertura de eventos históricos e atuais, ou fins semelhantes", de acordo com a lei alemã.

Isso significa que filmes e séries de televisão – como o longa Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino – estão geralmente isentos dessa proibição.

Ainda não está claro desde quando a porta do elevador da Jakob-Kaiser-Haus está marcada com a reprodução de uma suástica.

Extremistas no Bundestag

O prédio do Bundestag já havia sido recentemente palco de tensões quando um grupo de ativistas de extrema direita e influencers conspiracionistas conseguiu acessar o edifício, em 18 de novembro, enquanto o centro de Berlim era sacudido por protestos contra as medidas anticoronavírus.

No interior, eles invadiram gabinetes, tentando intimidar e constranger deputados que se preparavam para votar um projeto de lei de reforço à capacidade das autoridades de impor restrições para conter o avanço da epidemia de covid-19.

Os ativistas não adentraram o prédio como invasores, mas sim como convidados de três deputados do partido extremista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), segundo registros de visitantes do Bundestag.

O caso foi denunciado como um ataque à independência do Parlamento por vários políticos, e um comitê foi convocado para discutir potenciais punições para os deputados da AfD que franquearam o acesso.

Após entrarem no prédio, os ativistas passaram a escolher alvos entre os deputados, filmando a ação e reproduzindo o conteúdo em redes sociais. Entre as figuras que foram abordadas e filmadas pelos extremistas estão o ministro da Economia, Peter Altmaier, e deputados verdes, liberais e da União Democrata Cristã (CDU), o partido da chanceler federal Angela Merkel.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que uma ativista insultou Altmaier e o acusou de "não ter consciência" enquanto ele esperava o elevador. Imagens também mostram que os ativistas abordaram vários deputados de maneira agressiva exigindo saber como eles iriam votar. Funcionários de vários gabinetes afirmaram que os ativistas invadiram escritórios sem permissão.

EK/dpa/dw/ots

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