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Criminalidade

Polícia prende suspeito de ligação com atentado em Berlim

4 de janeiro de 2017

Tunisiano suspeito de fraudar sistema social alemão teria se encontrado com suposto terrorista Anis Amri um dia antes do ataque numa feira natalina. Autoridades investigam participação do detido no atentado.

Polícia alemã
Foto: picture alliance/dpa/P. Zinken

A polícia alemã deteve nesta quarta-feira (04/01) um tunisiano de 26 anos que se encontrou com o suposto autor do atentado a um mercado de Natal em Berlim na véspera do ataque.

De acordo com a porta-voz da Procuradoria Federal Alemã, Frauke Koehler, o homem identificado como Bilel A. se reuniu com Anis Amri num restaurante no bairro Mitte um dia antes do atentado, ocorrido no último dia 19 de dezembro.

"Isso desencadeou para nós a suspeita de que o tunisiano de 26 anos provavelmente teve envolvimento no ataque ou ao menos sabia dos planos de Anis Amri", disse a porta-voz, acrescentando que os dois jovens, que se conheciam pelo menos desde 2015, tiveram "discussões muito intensas". "Estamos investigando uma possível participação dele no ataque", afirmou.

Nesta terça-feira, investigadores fizeram buscas num abrigo para refugiados, onde Bilel A. vive, mas ainda não há provas de uma participação dele no ataque. Os agentes também foram à casa de um homem que dividiu quarto com Amri no ano passado e para quem ele telefonou no dia do atentado. A polícia ainda não sabe se os dois conseguiram conversar.

A polícia baseou a detenção de o Bilel A. numa suspeita de fraude cometida por ele no sistema de benefícios sociais em três cidades alemãs. O tunisiano, que teria chegado à Alemanha em 2014, teria usado dois nomes falsos e alegado ser egípcio. Em 2015, autoridades de Berlim investigaram se o suspeito teria adquirido explosivos para promover um ataque, mas fecharam o inquérito por falta de evidências.

Reconstituição do crime

A Procuradoria Federal também deu detalhes sobre a reconstituição do atentado. Os investigadores concluíram que Amri roubou o veículo utilizado no ataque e atirou no caminhoneiro polonês no mesmo local da abordagem, próximo ao rio Spree.

A arma foi a mesma utilizada em Milão na troca de tiros com a polícia italiana, quatro dias depois. Segundo a porta-voz, Amri enviou do caminhão uma mensagem de áudio e uma selfie pouco antes do atentado. A procuradoria, no entanto, não informou quem foi o destinatário.

Após avançar com o caminhão na feira natalina, o terrorista foi gravado pelas câmeras de segurança numa estação de metrô próxima ao zoológico de Berlim. Ele levantou o dedo indicador na direção da câmera, num gesto habitual de simpatizantes do grupo "Estado Islâmico" (EI), que reivindicou a responsabilidade pelo ataque. O tunisiano também foi gravado por câmeras de segurança numa mesquita da capital.

Em sua fuga da Alemanha, ele passou por Nimwegen e Amsterdã, na Holanda. De lá, viajou para Lyon, na França, Turim, na Itália e, finalmente, a Milão, onde foi parado num controle rotineiro da polícia italiana no bairro de Sesto San Giovanni, perto de Cinisello Balsamo, de onde o caminhoneiro polonês tinha saído rumo a Berlim no dia 16 de dezembro.

A polícia investiga a possibilidade de Amri já ter conhecido a futura vítima na Itália. A arma confiscada pela polícia italiana foi fabricada por uma empresa que faliu nos anos 1990, o que dificulta a tarefa de comprovar como ela chegou às mãos do terrorista.

KG/efe/rtr

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