Polícia alemã usa jato de água para dispersar ambientalistas
5 de dezembro de 2020
Ação ocorreu em protesto contra desmatamento de floresta em Hessen para a construção de uma estrada. Manifestantes criticam uso de jatos de água em temperaturas congelantes.
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A polícia alemã usou jatos de água neste sábado (05/12) para dispersar cerca de 250 manifestantes que protestavam contra a derrubada de uma floresta para a ampliação de uma autobahn no oeste da Alemanha. Os ambientalista se recusavam a deixar o local.
Os manifestantes construíram barricadas na floresta de Dannenröder, acenderam sinalizadores e bloquearam uma estrada que dava acesso a um galpão de logística. A polícia então avançou com jatos de água contra o grupo. Não há relatos de feridos. Os ativistas responderam com bolas de neve.
Pelo Twitter, os ativistas afirmaram que o uso de jatos de água em temperaturas congelantes era "irresponsabilidade". Segundo a polícia do estado de Hessen, vários avisos teriam sido dados antes dos disparos.
Há mais de um ano, milhares de ativistas têm protestado contra os planos de expansão da rodovia a noroeste de Frankfurt. Alguns ambientalistas construíram casas em árvores para ocupar a floresta e evitar seu desmatamento.
Confrontos na remoção
Autoridades começaram a remoção dos manifestantes do mês passado para dar início a derrubada de cerca de 85 hectares de floresta. A controversa expansão da autobahn visa uma ligação direta entre as cidades de Kassel e Giessen.
Desde o início da remoção, houve vários confrontos entre manifestantes e a polícia, com atos violência que resultaram em feridos de ambos os lados.
As autoridades reclamam ainda que os manifestantes detidos fizeram de tudo para esconder suas identidades, inclusive colando as pontas dos dedos para evitar o recolhimento das digitais.
Os planos para a ampliação de várias estradas na região têm causado atrito entre moradores e ambientalistas há décadas. Uma proposta de construção de uma autobahn passando por outra floresta próxima foi rejeitada devido ao impacto ambiental do projeto.
CN/dpa/dw
Drogas com passado alemão
Muitos entorpecentes produzidos hoje em laboratórios clandestinos espalhados pelo mundo são criações de cientistas, militares e empresas da Alemanha.
Na Segunda Guerra
Nas campanhas na Polônia, em 1939, e na França, em 1940, Hitler enviou soldados drogados para o front. Na ocupação da França, teriam sido dados às tropas 35 milhões de comprimidos de Pervitin, que tinha o apelido de "chocolate de tanque" ou "pílula de Hermann Göring". A substância ativa, metanfetamina, é um estimulante do sistema nervoso central. Mas também os Aliados dopavam seus soldados.
Foto: picture-alliance/dpa-Bildarchiv
Alerta, destemido e sem fome
A droga foi produzida por um japonês, inicialmente em forma líquida. Químicos da fábrica berlinense Temmler aperfeiçoaram o produto e o patentearam em 1937. Um ano mais tarde o medicamento era lançado no mercado. Ele era usado contra cansaço, sensação de fome e sede e medo. Hoje em dia, o Pervitin é comercializado ilegalmente sob novo nome: Crystal Meth.
High Hitler?
Historiadores divergem se Adolf Hitler era dependente de Pervitin. Nas anotações de seu médico pessoal, Theodor Morell, aparece um "X" com frequência. Nunca foi esclarecido o que ele significa. Sabe-se, no entanto, que Hitler recebia medicamentos fortes, a maioria provavelmente muito aquém das atuais leis de combate às drogas.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Milagrosa" heroína
A criatividade dos produtores de drogas na Alemanha já havia começado muito mais cedo. "Fim à tosse graças à heroína", era o slogan da fabricante alemã Bayer no final do século 19 para o seu sucesso de vendas. Em pouco tempo, a heroína passou a ser prescrita contra epilepsia, asma, esquizofrenia e doenças cardíacas, mesmo em crianças. Como efeito colateral, a Bayer apontava prisão de ventre.
Pai da aspirina e da heroína
O químico e farmacêutico Felix Hoffmann é celebrado especialmente como o inventor da aspirina. Sua segunda grande descoberta aconteceu quase por acaso, enquanto experimentava com ácido acético. Ele resolveu combinar este ácido com morfina, obtido do suco da papoula usada para produzir ópio, criando assim a heroína. O produto só se tornaria ilegal na Alemanha em 1971.
Cocaína para oftalmologistas
Já desde 1862, a alemã Merck fabricava cocaína, usada na época pelos oftalmologistas como anestésico local. Ao pesquisar folhas de coca da América do Sul, o químico Albert Niemann havia isolado um alcaloide, que chamou de cocaína. Niemann morreu pouco depois de sua descoberta, vítima de um problema pulmonar.
Foto: Merck Corporate History
Freud e cocaína
Sigmund Freud consumia cocaína para fins científicos. Em seus "Escritos sobre a cocaína", o pai da psicanálise escreveu que ela não traz inconvenientes. Segundo ele, a substância transmite euforia, energia para viver, e motiva a trabalhar. Seu entusiasmo, no entanto, acabou com a morte de um amigo por causa da droga. Naquele tempo, a cocaína era prescrita contra dor de cabeça e dor no estômago.
Foto: Hans Casparius/Hulton Archive/Getty Images
O barato do Ecstasy
Embora o americano Alexander Shulgin seja considerado o inventor da pílula Ecstasy, a receita para sua produção estava em mãos da fabricante alemã Merck. Em 1912, foi dada entrada para a patente de uma substância oleosa sem cor chamada metilenodioximetanfetamina (MDMA ). Na época, os químicos consideraram que ela não teria valor comercial.
Foto: picture-alliance/epa/Barbara Walton
Efeitos de longo prazo
Os efeitos destas descobertas são implacáveis. As Nações Unidas calculam que em 2013 morreram 190 mil pessoas no mundo devido ao consumo de drogas ilegais. Em relação a bebidas alcoólicas, que não são proibidas, os números são mais impressionantes: a Organização Mundial da Saúde estima que em 2012 5,9% de todos os casos de morte no mundo (3,3 milhões) foram uma consequência do consumo de álcool.