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PolíticaMianmar

Polícia apresenta acusações contra líder de Mianmar

3 de fevereiro de 2021

Autoridades acusam Aung San Suu Kyi de violar lei de importação. Líder do país foi deposta por golpe militar e segue presa.

Myanmar Aung San Suu kyi
Suu Kyi suportou cerca de 15 anos de prisão domiciliar entre 1989 e 2010, quando liderava o movimento democrático do paísFoto: Thet Aung/AFP/Getty Images

A polícia de Mianmar apresentou nesta quarta-feira (03/02) acusações contra a líder deposta do país, Aung San Suu Kyi, por suposta violação de uma lei de importação e exportação, pela qual ela permanecerá detida por pelo menos mais duas semanas.

De acordo com os relatórios policiais, Suu Kyi tinha em sua casa um dispositivo de comunicação telefônica importado ilegalmente e cujo uso só é permitido pelo governo ou Exército.

A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, que está em prisão domiciliar desde o golpe de Estado do Exército na última segunda-feira, pode pegar uma pena de até três anos de prisão por esse crime.

A polícia acusa ainda o também deposto presidente Win Myint de infringir a lei de gestão de desastres naturais, incluindo a pandemia, por ter deslocado 220 veículos para visitar algumas áreas com a esposa quando a presença da covid-19 proibia a reunião de mais de 30 pessoas.

Kyi Toe, membro do comitê central de comunicações da Liga Nacional para a Democracia (LND), confirmou no Facebook as acusações contra o presidente deposto e a conselheira de Estado.

Enquanto Win Myint foi interrogado em uma instalação militar de Yangon, não está claro se Suu Kyi ainda está em sua residência oficial, em Naipyido, sob prisão domiciliar ou se também foi transferida para interrogatório

Suu Kyi suportou cerca de 15 anos de prisão domiciliar entre 1989 e 2010, quando liderava o movimento democrático do país, e continua imensamente popular, apesar do dano causado à sua reputação internacional pela perseguição à minoria muçulmana rohingya em 2017.

Seu partido Liga Nacional pela Democracia (NLD) disse mais cedo em um comunicado que seus escritórios foram alvo de operações de busca em várias regiões. A legenda também exortou as autoridades a pararem com o que classificou como atos ilegais desde sua vitória em uma eleição em 8 de novembro.

O chefe do Exército, Min Aung Hlaing, tomou o poder alegando fraude na eleição, que o NLD venceu com grande vantagem. A comissão eleitoral disse que a votação foi justa.

O G7 repudiou o golpe nesta quarta-feira e disse que o resultado eleitoral precisa ser respeitado.

"Conclamamos os militares a encerrarem imediatamente o estado de emergência, devolverem o poder ao governo eleito democraticamente, libertarem todos aqueles detidos injustamente e respeitarem os direitos humanos e o estado de Direito", disse o G7 em um comunicado.

jps (efe, reuters)

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