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Polícia busca o que teria motivado o massacre em Aurora

22 de julho de 2012

Agentes passam horas desarmando explosivos no apartamento do principal suspeito, James Holmes. Obama visita sobreviventes e parentes de vítimas do atentado, que matou pelo menos 12 pessoas no cinema.

Foto: Reuters

O presidente norte-americano, Barack Obama, viaja neste domingo (22/07) para Aurora, subúrbio de Denver, no estado do Colorado, onde se encontra com sobreviventes e parentes de vítimas do massacre ocorrido durante uma pré-estreia do filme "Batman, o Cavaleiro das Trevas ressurge". O atentado no cinema matou 12 pessoas e deixou outras 58 feridas – algumas ainda em estado grave.

Haverá uma vigília na noite deste domingo em frente ao Aurora City Hall, organizada por entidade civis e líderes religiosos e comunitários, em memória das vítimas, cujos nomes foram divulgados na tarde de sábado. Entre os mortos estavam uma garotinha de 6 anos, um jovem que comemorava seu aniversário de 27 anos no cinema e uma jornalista que há um mês havia escapado de outro atentado, num shopping de Toronto.

O atentado chocou o país e fez os americanos se lembrarem do massacre de 1999 em Columbine, apenas 30 quilômetros de distância de Aurora. Na ocasião, dois estudantes abriram fogo numa escola, matando 12 alunos e um professor.

Armadilhas em casa

A polícia aprofunda as investigações em busca de provas sobre a autoria e dos motivos do massacre. No sábado, agentes do FBI desarmaram vários explosivos no apartamento de James Holmes, 24 anos, principal suspeito do crime, preso logo após o ataque, no estacionamento do cinema. A polícia descarta a participação de uma segunda pessoa no atentado.

No apartamento, os policiais encontraram vários jarros com líquidos, explosivos e materiais químicos, montados como armadilhas para matar "qualquer um que entrasse ali", segundo o chefe da polícia de Aurora, Dan Oates.

Como todos os perigos foram eliminados, de acordo com a polícia, os moradores dos vários prédios vizinhos ao do estudante foram autorizados ainda no sábado a voltar para suas casas. Já o edifício onde se encontra o apartamento de Holmes ainda é mantido isolado para coleta de evidências. A polícia retirou do local um laptop e um disco rígido.

Segundo Oates, o tiroteio na noite de sexta-feira foi fruto de meses de "cálculos e deliberações". Durante quatro meses, Holmes recebia "grandes volumes" de entregas pelo correio de armamentos tanto em sua casa, quanto em seu local de trabalho. Este material teria sido usado, segundo a polícia, para montar dezenas de bombas em sua casa. Ele também comprou milhares de balas pela internet.

De acordo com as investigações, a arma usada no cinema, um rifle semiautomático, travou no momento do tiroteio, fazendo com que o atirador a trocasse na hora. Uma fonte policial afirmou que o rifle tinha uma grande capacidade de armazenagem de munição.

Os detalhes que começam a ser divulgados sobre o suspeito do massacre no cinema mostram um cientista iniciante com grande potencial, e com um passado que pouco revela sobre a possibilidade de que um dia cometeria tal atrocidade.

Segundo policiais, ao ser detido, Holmes estaria com os cabelos pintados de vermelho e teria se identificado como Coringa, um dos personagens antagonistas de Batman. Até o mês passado, o jovem era estudante do doutorado em neurociência da Universidade do Colorado.

MSB/ap/rtr/afp
Revisão: Alexandre Schossler

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