Polícia de Berlim faz novas buscas por moeda gigante de ouro
12 de julho de 2017
Meses depois, operação tenta encontrar pistas do roubo que intrigou polícia. Peça levada de museu na capital alemã em março pesa 100 quilos e é avaliada 4 milhões de dólares.
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Cerca de 300 policiais fizeram nesta quarta-feira (12/07) em Berlim e arredores uma grande operação em busca de pistas sobre o roubo de uma moeda de ouro de 100 quilos, que foi levada em março da Ilha dos Museus sem deixar pistas. Duas pessoas foram detidas.
A maioria da buscas foi executada no bairro de Neukölln, sudeste da capital. Entre os alvos da operação estava uma joalheria na avenida Sonnenallee, sob suspeita de que o ourives local tenha ajudado a fundir a moeda. Os investigadores afirmam ter obtido pistas do roubo.
No início de julho, a polícia divulgou imagens de câmeras de vigilância que mostravam três pessoas vestidas de preto e com os rostos cobertos por capuzes na estação Hackescher Markt, nas proximidades do museu. Acredita-se tratar dos mesmos suspeitos detidos nesta quarta. Diante do peso da moeda, a polícia aposta em mais de um autor.
O roubo teve grande repercussão e intrigou a polícia. A vitrine onde ficava a moeda tinha um sistema de alarme – o maior mistério para os investigadores. A dúvida é se o alarme foi desativado previamente ou pelos ladrões no momento do roubo. O serviço de segurança percebeu o furto apenas meia hora depois da invasão.
Os ladrões saíram da mesma janela no segundo andar do museu pela qual entraram. Investigadores suspeitam que eles usaram uma escada para acessar o edifício a partir dos trilhos de bonde vizinhos ao local. A "Big Maple Leaf" teria provavelmente sido jogada da janela até o térreo. A polícia encontrou marcas de impacto.
Além disso, investigadores suspeitam que os ladrões tenham feito rapel – técnica para descidas verticais – na saída do museu, pois encontraram cordas perto da estação Hackescher Markt. Fora do museu, a moeda de 100 quilogramas teria sido transportada com um carrinho de mão até o local de resgate, o parque Monbijoupark, onde estaria esperando o carro de fuga.
A "Big Maple Leaf" é uma peça comemorativa emitida pela Royal Canadian Mint em 2007. Assim como todas as moedas canadenses, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª. Com 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura, a moeda entrou no Livro Guinness dos Recordes por sua inigualável pureza de 999,99/1000 de ouro. O valor nominal da moeda é de 1 milhão de dólares, porém, o valor de mercado é estimado em 4 milhões de dólares.
Em exibição no museu Bode desde 2010, a moeda faz parte da coleção Münzkabinett, o mais importante arquivo de moedas de Berlim, que inclui mais de 540 mil objetos. Segundo o diário alemão Handelsblatt, a "Big Maple Leaf" pertence ao empresário do setor imobiliário Boris Fuchsmann. Ele teria emprestado a moeda de ouro ao museu em 2010.
O Museu Bode é um dos cinco museus da chamada Ilha dos Museus, Patrimônio Mundial da Unesco. Fundada em 1897 como Museu Kaiser Friedrich (Imperador Frederico), a casa abriga hoje uma coleção de esculturas e o Museu de Arte Bizantina. A coleção de numismática, por sua vez, é uma das mais importantes do gênero, e resgata a história dos primórdios dos meios de pagamento.
IP/afp/dpa
Os mais espetaculares roubos de obras de arte da história
Armados, disfarçados de policiais ou de turistas, ladrões entraram para a história ao roubar valiosas pinturas e objetos de museus – da "Mona Lisa" a uma moeda de ouro de 100 quilos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
Quando o sorriso de Mona Lisa desapareceu
Em 1911, o retrato feminino mais famoso do mundo – "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci – foi roubado. Um jovem italiano, Vincenzo Peruggia, furtou a imagem do Louvre depois de se vestir como um empregado do museu parisiense e esconder a obra debaixo do casaco. A pintura reapareceu em 1913, após um comerciante de arte denunciar Peruggia à polícia.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
A pintura mais roubada
O retrato de "Jacques 3º de Gheyn", de Rembrandt, foi roubado quatro vezes da Dulwich Picture Gallery, no Reino Unido, em 1966, 1973, 1981 e 1986. Por isso, a pintura também é conhecida como "o Rembrandt para viagem". Também após o último roubo, a obra de arte felizmente foi recuperada.
Foto: picture-alliance/akg-images
Misterioso roubo em Boston
Em 1990, o roubo de 13 pinturas do Museu Isabella Steward Gardner, em Boston, nos EUA, atraiu a atenção internacional. Dois homens disfarçados de policiais invadiram o prédio e roubaram, entre outras obras de arte, "Chez Tortoni", de Édouard Manet, e "O Concerto" (foto), de Jan Vermeer. Até hoje, as molduras, sem os quadros, permanecem penduradas no local.
Foto: Gemeinfrei
O roubo espetacular de pinturas de Van Gogh
Em 1991, sem ser notado, um homem se fechou num banheiro do Museu Van Gogh, em Amsterdã, e roubou 20 pinturas com a ajuda de um supervisor. Entre elas, estavam o "Autorretrato diante do cavalete" (foto). No entanto, a polícia conseguiu recuperar as obras roubadas apenas uma hora depois, no veículo usado na fuga. Depois de alguns meses, os ladrões foram presos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
"Virgem do fuso" desaparecida
A pintura de Leonardo da Vinci, avaliada em até 70 milhões de euros, foi roubada em 2003 de um castelo na Escócia. Dois ladrões, que entraram na exposição como turistas, dominaram o guarda do Castelo de Drumlanrig e fugiram com a obra. A imagem ficou desaparecida por quatro anos. Somente em 2007 ela foi recuperada após uma batida policial realizada em Glasgow.
Foto: picture-alliance/dpa
Roubo armado no Museu Munch
Em 2004, "O grito" e "Madonna", do expressionista Edvard Munch, foram roubadas em Oslo. Dois criminosos armados invadiram o Museu Munch e furtaram as obras diante de várias testemunhas. Durante uma busca, a polícia recuperou as duas pinturas. Porém, o estado de "O grito" era tão ruim que o quadro não pôde ser totalmente restaurado.
Foto: picture-alliance/dpa/Munch Museum Oslo
Roubo milionário na Suíça
Em 2008, ladrões armados roubaram quatro pinturas no valor de 180 milhões de francos suíços do museu privado Fundação Coleção Emil G. Bührle, em Zurique: "Rapaz de colete vermelho", de Paul Cézanne; "Conde Lepic e suas filhas", de Edgar Degas; "Amendoeira em flor", de Vincent Van Gogh; e "Campo de papoulas perto de Vétheuil" (foto), de Claude Monet. Todos foram recuperados.
Foto: picture-alliance/akg-images
Moeda de ouro de 100 quilos em Berlim
Em março de 2017, uma moeda de ouro de 100 quilos, com valor nominal de 1 milhão de dólares, foi roubada do Museu Bode, em Berlim. Os ladrões provavelmente usaram uma escada para entrar no edifício. A moeda, chamada de "Big Maple Leaf", é originária do Canadá, tem 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura. Na parte frontal, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª.
Foto: picture-alliance/dpa/F.May
2019: Roubo na Abóbada Verde em Dresden
Três conjuntos de joias foram roubados no museu Grünes Gewölbe (Abóbada Verde), no Palácio Real em Dresden, em 25 de novembro de 2019. Investigações iniciais apuraram que os ladrões entraram por uma janela e quebraram as vitrines, como mostra um vídeo.