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Polícia desmantela braço alemão de gangue familiar europeia

23 de maio de 2017

Segundo investigação, clã obriga meninas a arrombar imóveis e tem 500 membros com parentesco entre si. Quadrilha pode ser responsável por um em cada cinco crimes do tipo na Alemanha.

Deutschland Razzia in Leipzig
Foto: picture-alliance/dpa/S. Willnow

A polícia alemã desmantelou um dos braços de uma gigantesca organização criminosa que supostamente atua também em outros países europeus, afirmaram autoridades nesta segunda-feira (22/05). Segundo investigadores, a quadrilha pode ser responsável por um em cada cinco arrombamentos de imóveis na Alemanha.

A investigação sobre o clã teve início em janeiro de 2016, quando policiais disfarçados flagraram três jovens mulheres tentando invadir uma propriedade em Munique, no sul da Alemanha. Segundo a polícia, elas eram claramente profissionais: agiam de forma rápida e manuseavam com habilidade as ferramentas apropriadas.

Os investigadores descobriram que as jovens, que alegaram ser adolescentes quando foram detidas, eram membros de uma organização criminosa familiar originária da Croácia. Elas usavam documentos falsificados para esconder a identidade.

A polícia acredita que o clã seja composto por cerca de 500 pessoas com algum tipo de parentesco entre si, seja por sangue ou casamento. As investigações também constataram que o grupo utiliza principalmente garotas para cometer os crimes ao redor da Europa.

Reinhold Bergmann, comissário da polícia de Munique para o crime organizado, afirmou em comunicado que as jovens assaltantes, valorizadas pela discrição e menor chance de serem presas, eram inclusive trocadas entre as várias famílias. "Elas não tinham escolha senão participar", disse o policial em entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

A polícia prendeu cerca de 20 jovens em Munique, com idades entre 14 e 19 anos e classificadas como "abelhas-operárias" que trabalhavam a mando da organização. As investigações também levaram a prisões ao redor da Alemanha, incluindo dois supostos "gerentes" em Gelsenkirchen, perto de Essen, no oeste do país.

Outros dois supostos líderes foram presos na Croácia, acusados de comandar um dos braços da organização criminosa – comparada pelas autoridades a um "polvo de muitos tentáculos" espalhados pela Europa. A família em Zagreb seria apenas um dos tentáculos, disse a polícia.

Na capital croata, investigadores descobriram luxuosas mansões de mármore, supostamente financiadas pelos roubos. A polícia da Croácia também apreendeu objetos de valor nessas residências, incluindo joias e relógios, que devem agora ser devolvidos a seus proprietários.

Também foram relatadas prisões na Espanha, e dois suspeitos estariam em fuga. Segundo afirmou Bergmann à revista alemã Focus, acredita-se que o clã mantenha dezenas de outros braços em países como Bélgica, França e Itália.

EK/dpa/dw/ots

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