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Polícia detém deputados pró-democracia em Hong Kong

9 de novembro de 2019

Medida acontece um dia após morte de estudante, provavelmente a primeira vítima direta dos confrontos entre manifestantes e polícia. Território chinês se prepara para 24º fim de semana de protestos.

Hongkong Proteste
Autoridades negam correlação entre ação policial e morte de estudanteFoto: picture-alliance/AP Photo/K. Cheung

Três deputados pró-democracia foram detidos em Hong Kong neste sábado (09/11) e quatro outros foram intimados a comparecer perante a polícia para serem detidos, um dia após a cidade ter vivenciado mais uma noite marcada por manifestações violentas.

Um comunicado da polícia disse que três deputados foram detidos e acusados de obstruírem uma reunião no Conselho Legislativo (Legco, o parlamento de Hong Kong), no dia 11 de maio, sobre a proposta de emendas à lei de extradição.

Tal projeto de lei desencadeou os protestos pró-democracia que provocaram a maior crise política desde a transferência da soberania de Hong Kong do Reino Unido para China, em 1997.

Os políticos alegam que a ação contra eles é uma desculpa para adiar ou cancelar as eleições distritais de 24 de novembro, e um deles se recusou a se entregar. "Se você está me acusando de violar leis no Conselho Legislativo, venha aqui e me prenda. Estarei aqui esperando", disse o Lam Cheuk-ting em coletiva de imprensa.

As últimas detenções provavelmente aumentarão as tensões entre autoridades e manifestantes, um dia após a morte de um estudante durante os recentes confrontos com a polícia.

O estudante de 22 anos foi encontrado morto no segundo andar de um estacionamento na sequência da fuga de uma ação policial contra uma manifestação ilegal. As autoridades admitiram a possibilidade de ele ter caído do terceiro andar, segundo anunciou o jornal local South China Morning Post.

Manifestantes carregam foto de estudante morto em protesto na Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong KongFoto: Reuters/Tyrone Siu

Chow Tsz-lok, estudante de Informática da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST), torna-se assim, provavelmente, a primeira vítima direta dos confrontos entre manifestantes e polícia registrados na cidade nos últimos meses, noticiou a imprensa local.

Na sexta-feira, sua morte provocou protestos e novas acusações contra a brutalidade policial. As autoridades negaram repetidamente as alegações de irregularidades em relação à morte do estudante.

O secretário de Assuntos Constitucionais e do Continente de Hong Kong, Patrick Nip, negou tais acusações: "Não há correlação", disse. "A polícia está fazendo o seu trabalho e investigando todos os casos."

As cenas já conhecidas e que vêm abalando a cidade nos últimos 24 finais de semana se repetiram na tarde deste sábado, com a polícia disparando gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes mais agressivos, que incendeiam ruas, bloqueiam estradas e vandalizam lojas e instalações públicas.

Na noite deste sábado, milhares de pessoas participam de vigílias à luz de velas em memória do estudante. Mais protestos estão sendo esperados para o fim de semana.

CA/lusa/afp/ap/dw

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