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PolíticaJapão

Polícia do Japão admite falhas na segurança de Shinzo Abe

9 de julho de 2022

Corpo do ex-premiê japonês chega à casa dele em Tóquio. Polícia na cidade de Nara, onde político foi assassinado, reconhece que problemas na segurança podem ter facilitado atentado.

Pessoas diante de carro negro
Carro com o corpo do ex-primeiro-ministro japonês chega à residência dele em TóquioFoto: Ryo Aoki/Yomiuri Shimbun/AP/picture alliance

Uma carreata transportando o corpo do ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe chegou neste sábado (09/07) à casa dele, na capital japonesa, enquanto a polícia na cidade de Nara, onde ele foi assassinado, admite que houve falhas na segurança.

Pessoas se reuniram diante da residência do ex-premiê e no local do ataque, em Nara, para prestar homenagem ao ex-premiê. O crime chocou o país, conhecido por suas baixas taxas de crimes violentos e suas leis rígidas sobre armas.

Abe foi morto a tiros quando fazia um discurso em um evento eleitoral na manhã de sexta-feira. Abe foi o primeiro-ministro com mandato mais longo do Japão, tendo ocupado o cargo por um ano em 2006 e depois de 2012 a 2020.

O suposto atirador, de 41 anos, usou uma arma de fabricação caseira, segundo a polícia. De acordo com a mídia local, o suspeito serviu na Marinha e deixou a Força de Autodefesa do Japão em 2005. A emissora pública NHK informou que o homem confessou à polícia que estava descontente com Abe e que, por isso, pretendia matá-lo.

A força policial local reconheceu neste sábado que houve falhas no esquema de segurança. "Não podemos negar que houve problemas no esquema de segurança, considerando como as coisas terminaram", afirmou o chefe de polícia da província de Nara, Tomoaki Onizuka em entrevista coletiva. "Sinto um grande senso de responsabilidade", acrescentou, informando que a polícia iria analisar o que exatamente deu errado e implementar quaisquer mudanças necessárias.

Campanha eleitoral prossegue

As eleições para a câmara alta do Parlamento do Japão serão realizadas neste domingo, como programado.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, agendou sua volta aos eventos de campanha com visitas a distritos eleitorais regionais depois de fazer um retorno de emergência a Tóquio na sexta-feira após o assassinato.

Um equipamento de detecção de metal, normalmente não visto em eventos eleitorais no Japão, foi instalado em um local na cidade de Fujiyoshida, onde Kishida tinha marcado de fazer um discurso. Havia também uma forte presença policial.

Japoneses prestam homenagem a Shinzo Abe no local do atentado, em NaraFoto: Issei Kato/REUTERS

As pesquisas apontam vitória da coalizão governista liderada pelo sucessor de Abe, o primeiro-ministro Fumio Kishida.

Após a morte de Abe, um Kishida visivelmente emocionado descreveu o assassinato como um "ato bárbaro" e "imperdoável". Ele acrescentou estar "sem palavras". Neste sábado, ele escreveu no Twitter: "Nunca devemos permitir que a violência suprima o discurso durante as eleições, que são a base da democracia".

No entanto, espera-se que o governista Partido Liberal Democrata amplie sua vitória à medida que as emoções tomam conta do país asiático, segundo especialistas.

"Uma onda de votos de simpatia agora pode aumentar a margem de vitória", afirma James Brady, vice-presidente da empresa de consultoria Teneo.

O ataque fez surgir preocupações sobre a segurança de figuras públicas no país, que regularmente fazem eventos em locais públicos, como estações de trem e supermercados. Vários partidos cogitam impedir que seus membros importantes façam discursos públicos no último dia da campanha.

md (Reuters, AP, AFP)