Polícia do Rio encontra 3 milhões de euros em itens nazistas
7 de outubro de 2021
Agentes cumpriam mandado de prisão em casa de suspeito de estupro de menor na zona oeste da cidade quando se depararam com os objetos. Dono da coleção nega o Holocausto e teria comprado os itens com sua herança.
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A polícia civil do Rio de Janeiro disse nesta quarta-feira (06/10) que encontrou na casa de um suspeito de estuprar um menor de idade uma coleção de objetos e armas nazistas no valor de cerca de 3 milhões de euros.
As autoridades policiais afirmaram ter encontrado mais de mil itens na casa do suspeito de 58 anos, incluindo uniformes nazistas, recortes de jornais, pinturas, insígnias nazistas, imagens de Adolf Hitler, bandeiras e medalhas do Terceiro Reich, além de armas e munições da época.
Os itens foram descobertos quando a polícia foi à casa do homem para cumprir um mandado de prisão por suspeita de estupro de um menor no condomínio em que ele mora, na zona oeste da cidade. O suspeito também foi acusado de porte ilegal de arma e de discriminação racial.
"Ele é um cara inteligente e articulado, mas nega o Holocausto, é homofóbico, pedófilo e diz que caça homossexuais", disse o delegado Luis Armond, responsável pelo caso. "Não sou médico, mas ele me parece um psicopata maluco", acrescentou.
Coleção comprada com herança
Armond disse que o suspeito vem de uma família rica de investidores e, provavelmente, usou sua herança para construir a coleção. Ele estimou que apenas um uniforme nazista de alto escalão esteja avaliado, em média, em 250 mil euros.
A polícia investiga a conexão do suspeito com nazistas e outros grupos de extrema direita e se ele atuava em um mercado para tais objetos.
Armond afirmou que será necessário encontrar um museu para abrigar a coleção. "Isso é algo totalmente incomum e chocante", disse.
le (reuters, ots)
Os nazistas no banco dos réus
Há 75 anos, a cúpula do regime de Hitler teve que responder perante um tribunal internacional. O julgamento revelou toda extensão do terror do Reich.
Eles eram funcionários do partido, militares, servidores administrativos, diplomatas ou industriais. Todos serviram ao regime de Hitler. Em 20 de novembro de 1945, iniciou-se o julgamento de 21 réus perante o Tribunal dos Aliados, criado especialmente para tratar dos crimes do nazismo.
Segundo a União Soviética, os julgamentos deveriam ocorrer em Berlim. Contudo, ao contrário dos edifícios da capital do Reich, o Palácio da Justiça de Nurembergue só fora levemente destruído durante a guerra, oferecendo espaço amplo, além de dispor de uma prisão própria. O fato de a cidade na Baviera ter servido de palco para os comícios do partido nazista também tinha um peso simbólico.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Kalker
Franz von Papen: preparando o caminho para Hitler
O vice-chanceler do Reich tentou manter Hitler em xeque, um governo de coalizão com forças conservadoras nacionais, mas logo foi relegado a um posto de diplomata. Absolvido em Nurembergue, num processo posterior de desnazificação ele foi apontado como o principal réu. Condenado a oito anos em campo de trabalhos forçados, Von Papen acabou sendo libertado em 1949.
Foto: picture-alliance/dpa
Hermann Göring: o "marechal do Reich"
Göring era o nacional-socialista mais graduado no banco dos réus, tendo acumulado diversos cargos sob Hitler. Sua responsabilidade era proporcionalmente grande. Ainda assim, alegava nada saber sobre os campos de concentração. Göring foi considerado culpado de todas as acusações e, por fim, condenado à morte. Na véspera da execução, porém, pôs fim à vida com uma cápsula de cianeto.
Foto: dpa
Rudolf Hess: o vice do Führer
Fiel seguidor de Hitler, Hess foi nomeado vice na liderança do partido. Em 1941, embarcou num voo para a Escócia, aparentemente por conta própria, e tentou em vão fechar um acordo de paz com o governo britânico. Em Nurembergue, foi condenado à prisão perpétua. Em 1987, aos 93 anos, Hess suicidou-se na prisão militar dos Aliados, em Spandau.
Foto: Getty Images/Central Press
Hans Frank: o "açougueiro da Polônia"
Como governador-geral na Polônia ocupada, Frank investiu na exploração desenfreada do país. Ele foi responsável pelo assassinato de centenas de milhares de poloneses e judeus. Sobre estes últimos, disse em 1939: "Quanto mais [judeus] morrerem, melhor." Diante da condenação, Frank acabou se voltando para o catolicismo. Sobre a pena de morte, disse: "Eu a mereço e aguardo por ela."
Foto: Wikipedia/Bundesarchiv
Joachim von Ribbentrop: ministro do Exterior
Ribbentrop deixou claro que o Ministério das Relações Exteriores não era "puro", mas sim profundamente envolvido nos crimes do regime nazista. As missões diplomáticas no exterior, por exemplo, trabalharam em estreita colaboração com a SS e outras organizações no genocídio de judeus. Ribbentrop não demonstrou nenhum remorso em Nurembergue, e foi o primeiro dos condenados à morte a ser executado.
Foto: akg-images/picture alliance
Albert Speer: o arquiteto favorito de Hitler
Speer (2º à esq.) foi o principal arquiteto do nazismo. Hitler era grande fã de seus edifícios monumentais. O tribunal, por outro lado, estava mais interessado no papel de Speer como ministro de Armamentos e Munições. Ele se apresentou como idealista equivocado e conseguiu encobrir parte de suas ações, como a expansão dos campos de concentração. Escapou por pouco à pena de morte.
Foto: Getty Images/Hulton Archive
Gustav Krupp: o magnata dos armamentos
O diplomata Gustav Krupp von Bohlen und Halbach (dir.) se tornou grande industrial através do casamento com Bertha Krupp, herdeira da gigante siderúrgica alemã. Inicialmente se distanciou de Hitler, mas, com o crescente papel da empresa no setor de armamentos, logo cedeu. Devido à saúde precária de Gustav von Krupp, seu processo foi arquivado.
Foto: picture-alliance/dpa
Karl Dönitz: o último "presidente do Reich"
Como comandante da Marinha, Dönitz (c., entre Mussolini e Hitler) foi responsável por emitir slogans de perseverança suicida às tripulações dos submarinos. Pouco antes de cometer suicídio, Hitler o nomeou "presidente do Reich". Após dez anos de prisão, Dönitz permaneceu um ferrenho nacional-socialista até o fim da vida