Polícia espanhola prende falsificadores de moedas de euro
27 de abril de 2024O dinheiro com que se adquirem bens e serviços é apenas papel impresso ou metal cunhado. Se o pagamento é eletrônico, como acontece com frequência cada vez maior, então não passa de dados informáticos. O verdadeiro valor do dinheiro vem da confiança que se tem nele: todo cidadão deve poder partir do princípio de que as cédulas ou moedas em sua mão valem exatamente o que está indicado.
Numerário falsificado causa danos econômicos que afetam a todos. Quem é pago com ele ou o recebe como troco arca com custos adicionais, pois a soma é apreendida, sem direito a ressarcimento. As autoridades legais levam a falsificação a sério: forjar dinheiro não é nenhuma bagatela.
Na quarta-feira (24/04), a agência de notícias alemã DPA informou que a Polícia Nacional da Espanha desbaratara uma rede criminosa que vinha colocando em circulação, por toda a Europa, moedas de dois euros falsas.
Com a ajuda da organização Europol, foi possível identificar, na cidade de Toledo, uma oficina de cunhagem descrita como "a mais importante da Europa, nos últimos dez anos". Foram presos dez indivíduos, todos de nacionalidade chinesa.
Abalo à confiança da população é o maior dano
A polícia espanhola vinha investigando há dez anos a gangue, que já teria espalhado pelo mercado europeu quase 500 mil moedas "de alta qualidade". Os trabalhos foram "extremamente difíceis e prolongados, em grande parte devido à natureza secreta da organização, mas também pela ausência quase total da rastreabilidade característica das moedas falsas", comentaram as autoridades.
Embora o dano econômico total, de cerca de 1 milhão de euros, não seja especialmente significativo, não se deve subestimar a operação policial: alguém capaz de colocar moedas forjadas em circulação por um período longo, sem ser detectado, tem potencial de expandir suas energias e know-how. Um aspecto crucial aqui é a importância de poder assegurar a população que seu dinheiro está seguro e manterá seu valor.
Como reconhecer moedas falsas?
É relativamente fácil identificar cédulas falsas: as características de segurança implementadas pelos bancos centrais são sofisticadas e foram bem divulgadas – do fio de segurança e o holograma ao fundo difícil de copiar e à qualidade do papel. Com moedas é diferente, mas mesmo os "trocadinhos" têm características difíceis de replicar, para as quais vale a pena estar atento.
Na Alemanha, o responsável pela cunhagem da moeda comum europeia é o banco federal Bundesbank. Nas "diretrizes para moedas" em seu website, apesar de afirmar que "não é preciso ser um especialista em numismática para distinguir moedas falsas de legítimas", ele aconselha o uso de aparelhos detectores certificados – o que naturalmente não ajuda muito o cidadão comum.
Pelo menos a instituição explica que, numa peça verdadeira, a imagem cunhada se eleva claramente acima da superfície e os contornos são claros – enquanto nas falsas a impressão costuma ser de baixa qualidade, "a superfície mostra cicatrizes, pontos, manchas, linhas ou depressões".
As moedas verdadeiras têm, ainda, nas bordas, marcas para facilitar a identificação por portadores de deficiência visual, as quais devem ser igualmente claras e bem definidas. A distância entre os símbolos e palavras nas bordas também difere nos exemplares falsificados.
O website prossegue: "Devido a um material de segurança especial, a seção central das moedas de um e dois euros é ligeiramente magnética. Ou seja: as moedas são levemente atraídas por um ímã e caem, se ele é sacudido."
Por outro lado "o anel exterior das moedas de um e dois euros não é magnético – assim como as peças de 10, 20 e 50 cents", enquanto "as de um dois e cinco cents, feitas de aço folheado com cobre, são altamente magnéticas".
Ao que tudo indica, o Bundesbank está convencido que todo mundo circula munido de lupa e ímãs – o que não procede. Ainda assim, as dicas são úteis – contanto que se decore devidamente os diferentes materiais e seus graus de magnetismo.