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Polícia alemã faz buscas em casas de extremistas de direita

25 de janeiro de 2017

Autoridades alemãs executam operação policial coordenada em seis estados contra suspeitos de planejar ataques contra refugiados, judeus e forças de segurança.

Exrremistas de direita em passeata na Alemanha
Foto: picture-alliance/dpa

A polícia alemã executou nesta quarta-feira (25/01) operações contra radicais de direita suspeitos de planejarem ataques contra refugiados, judeus e policiais. Os agentes entraram em 12 residências e outros locais em seis estados

As batidas são parte de uma investigação federal sobre a suspeita de formação de uma organização extremista de direita, descreveu o Ministério Público da Alemanha em comunicado. 

Seis suspeitos, "conectados principalmente via mídias sociais", são acusados de fundar o grupo "e no começo de 2016 começaram a planejar ataques armados contra policiais como representantes do Estado, requerentes de refúgio e membros da comunidade judaica". Estima-se que outras sete pessoas ofereceram assistência ao grupo, incluindo aquisição de armamento.

"O objetivo das operações de hoje é reunir provas da formação de um grupo, assim como de supostos crimes e potencial material para ser usado nesses crimes", seguiu o comunicado. "Ainda não há provas de planos específicos de ataque".

Cerca de 200 policiais participaram da operação coordenada. O escritório do Ministério Público, localizado na cidade de Karlsruhe, no sudoeste da Alemanha, recusou-se a fornecer mais detalhes.

Mas a agência alemã de notícias DPA divulgou que se supõe que o grupo pertença ao movimento de extrema direita Reichsbürger (literalmente, cidadãos do Império Alemão). Extremistas que seguem a ideologia mataram um policial e feriram outros três durante uma operação na cidade de Georgensgmünd, na Baviera, em outubro.

E em agosto, outro fanático – um ex-vencedor do concurso de beleza Mister Alemanha – abriu fogo contra policiais que tentavam executar uma ordem de despejo em sua casa no estado da Saxônia-Anhalt. O atirador de 41 anos ficou gravemente ferido.

O movimento de extrema direita Reichsbürger não é claramente definido, já que não existe um movimento propriamente dito nem uma ideologia própria e unificada. Há diversos pequenos grupos e também indivíduos isolados que são, em parte, desafetos. Eles existem principalmente nos estados de Brandemburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Baviera.

Uma coisa, porém, todos parecem ter em comum: eles não reconhecem a existência da República Federal da Alemanha como Estado. Em decorrência, muitos seguidores se recusam a pagar impostos e multas. Autoridades alemãs estimam que o movimento tenha milhares de adeptos.

Um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo jornal alemã Tagesspiegel, que citou fontes de segurança, disse que o número de extremistas de direita na Alemanha considerados violentos aumentou de 11.800 (2015) para 12.100 pessoas no ano passado. Já o número de pessoas de ideologia ultradireitista superou 23 mil no ano passado, 500 a mais (2,2%) em relação a 2015.   

PV/efe/afp/dw

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