Polícia francesa encontra migrantes em caminhão em Calais
28 de outubro de 2019
Autoridades descobrem oito pessoas com sintomas de hipotermia na traseira de veículo frigorífico que embarcava a caminho do Reino Unido. No fim de semana, polícia belga deteve outros dois caminhões com migrantes.
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Autoridades francesas encontraram oito migrantes, entre os quais quatro crianças, num caminhão frigorífico no porto de Calais, no norte da França, que estava a caminho do Reino Unido. Os passageiros, que disseram ser afegãos, foram encontrados numa seção do frigorífico durante a verificação do caminhão, que acabara de entrar numa balsa para o Reino Unido, segundo informações do Ministério Público francês ao jornal local La Voix du Nord.
Eles apresentavam sintomas de hipotermia e foram levados por bombeiros a um hospital de Calais. A temperatura na parte traseira do caminhão, onde se encontravam, era de 7 graus centígrados, apurou a agência de notícias AFP. Os dois motoristas, de nacionalidade romena, foram detidos e estão sob custódia policial. As autoridades não revelaram o registro do caminhão e qual a rota efetuada até o porto de Calais.
No sábado, a polícia belga interceptou outros dois caminhões transportando clandestinamente 20 migrantes. Um dos veículos foi detido em Saint-Truiden, com 11 pessoas a bordo, e o outro em Bruges, com nove. Um tinha como destino o Reino Unido, e foi descoberto depois de o motorista parar numa oficina devido a um problema mecânico. No outro caso, a polícia recebeu um alerta anônimo sobre a presença de migrantes no veículo que seguia para o porto de Zeebrugge.
Na semana anterior, em Essex, a leste de Londres, autoridades britânicas encontraram 39 mortos na traseira de um caminhão. Ele também teria vindo do porto belga de Zeebrugge. A cabine estava registrada na Irlanda do Norte, enquanto o contêiner foi registrado na Bulgária. O motorista do caminhão, o norte-irlandês Maurice R., de 25 anos, enfrenta 39 acusações de homicídio culposo.
As autoridades britânicas têm enfrentado dificuldade em identificar as vítimas. Inicialmente, acreditou-se serem cidadãos chineses, mas a polícia do Vietnã iniciou uma coleta de amostras de DNA na tentativa de identificá-las. No fim de semana, pelo menos 24 famílias vietnamitas comunicaram às autoridades o desaparecimento de parentes.
As organizações criminosas envolvidas em tráfico de pessoas costumam usar caminhões para tentar contrabandear quem busca uma melhor qualidade de vida na Europa. Em agosto de 2015, no auge da onda migratória para a Europa, a polícia austríaca encontrou 71 corpos de refugiados num caminhão frigorífico. Quatro traficantes – um afegão e três búlgaros – foram condenados a 25 anos de prisão na Hungria.
Cerca de 68 milhões de pessoas se encontram atualmente em fuga: pelo mar, pelas montanhas, pelas estradas. A migração afeta todos os continentes. As rotas de fuga são as mais diversas. E todas são desoladoras.
Foto: Imago/ZUMA Press/G. So
Fuga por caminhão
O mais recente movimento migratório tem origem na América Central. Violência e fome levam milhares de pessoas a fugir de Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala. O destino: os Estados Unidos da América. Mas lá, o presidente Trump se mobiliza contra os imigrantes indesejados. A maioria dos refugiados permanece na fronteira mexicano-americana.
Foto: Reuters/C. Garcia Rawlins
Refugiados terceirizados
O governo conservador em Camberra não quer ter refugiados no país. Aqueles que conseguem chegar ao quinto continente são rigorosamente deportados. A Austrália assinou acordos com vários países do Pacífico, incluindo Papua Nova Guiné e Nauru, para alocar ali os refugiados em campos, cujas condições são descritas por observadores como catastróficas.
Foto: picture alliance/AP Photo/Hass Hassaballa
Os refugiados esquecidos
Hussein Abo Shanan tem 80 anos. Ele vive há décadas como refugiado palestino na Jordânia. O reino tem apenas dez milhões de habitantes. Entre eles, estão 2,3 milhões de refugiados palestinos registrados. Eles vivem, em parte, desde 1948 no país – após o fim da guerra árabe-israelense. Além disso, existem atualmente cerca de 500 mil imigrantes sírios.
Foto: Getty Images/AFP/A. Abdo
Tolerado pelo vizinho
A Colômbia é a última chance para muitos venezuelanos. Ali, eles vivem em acampamentos como El Camino, nos arredores da capital, Bogotá. As políticas do presidente Nicolás Maduro levaram a Venezuela a não conseguir mais suprir seus cidadãos, por exemplo, com alimentos e medicamentos. As perspectivas de volta a seu país de origem são ruins.
Foto: DW/F. Abondano
Fuga no frio
Pessoas em fuga, como estes homens na foto, tentam repetidamente atravessar a fronteira da Bósnia-Herzegovina para a Croácia. Como membro da União Europeia, a Croácia é o destino dos migrantes. Especialmente no inverno, essa rota nos Bálcãs é perigosa. Neve, gelo e tempestades dificultam a caminhada.
Foto: picture-alliance/A. Emric
Última parada Bangladesh?
Tempo de chuva no campo de refugiados de Kutupalong em Bangladesh. Mulheres da etnia rohingya, que fugiram de Myanmar, protegem-se com seus guarda-chuvas. Mais de um milhão de muçulmanos rohingya fugiram da violência das tropas de Myanmar para o vizinho Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo e que está sobrecarregado com a situação. Este é atualmente o maior campo de refugiados do planeta.
Foto: Jibon Ahmed
Vida sem perspectiva
Muitos recursos minerais, solos férteis: a República Centro-Africana tem tudo para estabelecer uma sociedade estável. Mas a guerra no próprio país, os conflitos nos países vizinhos e governos corruptos alimentam a violência na região. Isso faz com que muitas pessoas, como aqui na capital, Bangui, tenham que viver em abrigos.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Blackwell
Chegada à Espanha
Refugiados envoltos em cobertores vermelhos são atendidos pela Cruz Vermelha após sua chegada ao porto de Málaga. 246 imigrantes foram retirados do mar pelo navio de resgate Guadamar Polimnia. Cada vez mais africanos evitam agora a Líbia. Em vez disso, eles tomam a rota do Mediterrâneo Ocidental, a partir da Argélia ou Marrocos.
Foto: picture-alliance/ZUMA Wire/J. Merida
Refugiados sudaneses no Uganda
Por muito tempo, Uganda foi um país dilacerado pela guerra civil. Atualmente, a situação se estabilizou em comparação com outros países africanos. Para esses refugiados do Sudão do Sul, a chegada a Kuluba significa, sobretudo, segurança. Centenas de milhares de sul-sudaneses encontraram refúgio no Uganda.