Polícia francesa faz busca em apartamento da diretora do FMI
20 de março de 2013A polícia francesa cumpriu nesta quarta-feira (20/03) um mandado de busca e apreensão na casa da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em Paris. A batida faz parte da investigação sobre um escândalo ocorrido no período (2007-11) em que ela foi ministra da Economia do governo Nicolas Sarkozy.
Há suspeitas de que Lagarde teria agido de forma imprópria ao referendar, em 2007, o pagamento de uma indenização milionária ao magnata e ex-ministro Bernard Tapie numa disputa judicial contra o Estado.
Segundo Yves Repiquet, advogado de Lagarde, sua cliente está colaborando com as investigações. "Ela não tem nada a esconder. Essa busca vai ajudar a revelar a verdade, que contribuirá para desvincular minha cliente de qualquer atividade imprópria", afirmou.
O escândalo está relacionado à venda do grupo Adidas ao banco estatal francês Crédit Lyonnais, em 1993. Tapie, então à frente da empresa, alegou que o banco o enganou, desvalorizando a Adidas na hora da negociação. Por isso, o empresário entrou na justiça, pedindo uma indenização.
Depois de anos de disputa, Lagarde decidiu recorrer a um tribunal arbitral para resolver o litígio entre o organismo público que cuidava do passivo do Crédit Lyonnais (CDR) e o empresário e antigo ministro Bernard Tapie. Em 2008, o tribunal arbitral, que é uma jurisdição privada, condenou o CDR a indenizar o magnata em 285 milhões de euros (400 milhões de euros com juros).
O que está sendo investigado é se a decisão da ex-ministra teria sido motivada pelo apoio que Bernard Tapie deu a Sarkozy nas eleições de 2007. Em 2012, o empresário manteve o apoio ao então presidente durante a eleição. Lagarde se defende dizendo que sua decisão foi a melhor solução possível na época.
CN/afp/rtr/dpa