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Polícia alemã interrompe missa com fiéis sem máscara

4 de janeiro de 2021

Policiais flagraram dezenas de pessoas ignorando regras do lockdown, que proíbem a prática de cantar em conjunto e exigem que os fiéis mantenham distância uns dos outros.

Crucifixo no topo de uma igreja
Mais de 100 fieis violaram as regras do lockdown no oeste da AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa/S. Sauer

Policiais interromperam na noite de sábado (02/01) uma missa com cerca de 150 fiéis na cidade de Herford, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália.

Segundo a polícia, o numeroso grupo de Herford, que incluía crianças, não estava usando máscaras nem respeitando as regras de distanciamento, e estava cantando em alguns momentos.

Em comunicado, a polícia informou que mais de 100 participantes da missa responderiam a processos por violarem, durante a pandemia, as restrições em vigor sobre reuniões, distanciamento social e a prática de cantar coletivamente. 

Alguns dos indivíduos que estavam no local, especialmente os organizadores, poderão ter que pagar multas pesadas.

De acordo com as regras do lockdown em vigor na Alemanha, até vinte pessoas podem participar de eventos desse tipo em lugares fechados, desde que medidas de higiene e de distanciamento social sejam cumpridas.

Segundo a polícia, o numeroso grupo de Herford, que incluía crianças, não estava usando máscaras nem respeitando as regras de distanciamento, e estava cantando em alguns momentos.

Cantar música em grupo em ambientes fechados está proibido em todo o país, devido a evidências de que essa prática produz aerossóis com potencial de espalhar a infecção. Diversos eventos promovidos por corais na Europa se tornaram eventos de superdisseminação da covid-19.

O lockdown rigoroso na Alemanha ao longo de dezembro fez com que diversas tradições cristãs fossem canceladas, como mercados de Natal, celebrações do Advento e encenações do nascimento de Jesus.

Restrições a liberdades religiosas

Um caso similar ocorreu pouco antes do Natal em uma igreja pentecostal na cidade de Essen, onde a polícia interrompeu um culto e aplicou quase 60 advertências por violações ao lockdown.

Os 16 estados alemães têm direito de decidir sobre o alcance das restrições para combater o coronavírus, e nenhum governo estadual optou por banir reuniões religiosas, apesar de muitas celebrações cristãs terem sido canceladas ou transmitidas pela televisão, como em outros países do mundo.

Restringir a liberdade de participar de cultos tem sido um assunto difícil para políticos alemães durante a pandemia. A liberdade de religião é um tema historicamente sensível no país, e essas comunidades religiosas têm papel importante na vida de algumas pessoas, ainda mais durante uma crise sem precedentes como a atual.

A Constituição da Alemanha tem um parágrafo que garante "a livre prática religiosa".

Ampliação do lockdown

As restrições mais rígidas impostas no dia 13 de dezembro não surtiram o efeito desejado. No último mês do ano, a Alemanha teve o maior número de mortes desde o início da pandemia e chegou a registrar recordes de mais de mil óbitos por dia, além de um forte aumento no número de infecções.

A situação levou várias lideranças políticas a pedir a ampliação das medidas de contenção, e o lockdown rigoroso, previsto inicialmente para durar até o dia 10 de janeiro, deve ser estendido por mais algumas semanas

A decisão será tomada em uma reunião entre os governadores dos 16 estados alemães e a chanceler federal Angela Merkel na terça-feira (5/01).

BL/dw/dpa/kna