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Polícia prende quase 240 em protestos em Paris

16 de março de 2019

Capital francesa tem saques e incêndios no 18º fim de semana seguido de manifestações dos "coletes amarelos" contra o governo Macron. Manifestantes entram em confronto com a polícia. Cerca de 60 pessoas ficam feridas.

Manifestante de preto e com máscara de gás levanta os braços diante de uma enorme fogueira na frente do Arco do Triunfo, em Paris
Arco do Triunfo foi, mais uma vez, um dos principais palcos dos protestos em ParisFoto: Reuters/P. Wojazer

A polícia de Paris anunciou que prendeu quase 240 pessoas neste sábado (16/03) após violentos distúrbios ocorridos durante os protestos dos "coletes amarelos" na capital francesa.

No 18º fim de semana consecutivo de manifestações contra o presidente Emmanuel Macron, várias lojas foram pilhadas e incendiadas no centro de Paris. Houve confrontos entre manifestantes e policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e canhões de água. A polícia afirmou que 42 manifestantes, 17 policiais e um bombeiro ficaram feridos.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, foi à avenida Champs-Elysées, que atravessa o centro de Paris, para mostrar apoio à polícia e aos bombeiros. Ele prometeu "punir severamente" os radicais responsáveis pela violência "inaceitável".

Philippe afirmou que "os que desculpam ou encorajam" tais atos se tornam "cúmplices". O ministro do Interior, Christophe Castaner, criticou a ação de manifestantes que classificou de "profissionais da desordem" e pediu ao responsável pela polícia para responder "com a maior firmeza".

Castaner afirmou que cerca de 1.500 militantes "ultraviolentos" se infiltraram entre os cerca de 10 mil que participaram das manifestações em Paris, segundo estimativas do Ministério do Interior francês. No sábado anterior, as manifestações atraíram 3 mil pessoas.

O número de manifestantes vinha diminuindo nos últimos fins de semana, e os organizadores esperavam dar neste sábado um novo alento ao movimento.

Quiosque de jornal em chamas no centro de ParisFoto: AFP/Getty Images/Z. Abdelkafi

Segundo as autoridades, mais de 32 mil pessoas participavam dos protestos em toda a França neste sábado. Na semana anterior foram pouco mais de 28,5 mil.

As reivindicações dos protestos, que incluem tanto integrantes de movimentos de extrema direita como de extrema esquerda, são várias. As principais preocupações estão relacionadas aos altos impostos e aos salários em declínio.

Críticos do governo afirmam que Macron favorece os ricos em detrimento dos menos favorecidos. A popularidade do presidente francês vem caindo dramaticamente desde sua eleição em 2017, embora tenha melhorado nos últimos meses – para 28%.

As ações deste sábado ocorrem também um dia após o fim do Grande Debate Nacional, lançado em janeiro por Macron e que durante dois meses buscou respostas à crise social e política gerada desde meados de novembro pelos "coletes amarelos" e tentou responder às preocupações dos manifestantes: diminuição do nível de vida, salários estagnados e elevado desemprego.

Lojas no centro da capital francesa foram saqueadasFoto: Getty Images/AFP/Z. Abdelkafi

"Depois deste dia, pelo menos para mim, não haverá mais manifestações. Haverá ações de verdade, teremos que propor bloqueios. Demonstramos que sabemos protestar, que não funcionou e que não fomos ouvidos", disse Éric Drouet, um dos líderes do movimento, através das redes sociais.

"O grande debate foi uma grande piada", criticou Quentin, de 30 anos, que viajou de Nantes, no oeste do país, a Paris para participar da manifestação. Segundo ele, nada mudou em nível político, mas "pessoas de diferentes realidades aprenderam a se ver a favor de uma luta comum".

O chamado Referendo de Iniciativa Cidadã (RIC) continua sendo a principal reivindicação dos opositores, que também exigem a dissolução da Assembleia Nacional e a constituição de uma provisória "enquanto o sistema é reorganizado".

MD/efe/lusa/rtr

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