Polícia prende suspeitos de ligação com EI na Espanha
9 de abril de 2015
Detidos são acusados de recrutar jovens para a organização terrorista, além de planejar atentados na Catalunha. Célula é a mesma que enviou brasileiro para a Síria em dezembro.
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A polícia espanhola prendeu nesta quarta-feira (08/04) na Catalunha onze suspeitos de estarem ligados ao "Estado Islâmico" (EI). De acordo com as autoridades, oito dos detidos pertenciam a uma célula jihadista que pretendia realizar atentados no país.
Os presos também são acusados de recrutar jovens para a organização terrorista. Os outros três detidos, entre eles uma mulher, são acusados de encobrimento, incitação ao crime de terrorismo e colaboração com uma organização criminosa com fins terroristas. Entre os suspeitos estão cinco espanhóis e um paraguaio convertidos ao islamismo, além de cinco marroquinos.
"O grupo recrutou jovens e os radicalizou. Além de enviar alguns deles para Síria e Iraque e também criar uma célula operacional que estava disposta a promover ataques na Catalunha", disse Ramon Espadaler, ministro do Interior catalão.
Espadaler, no entanto, reforçou que em "nenhum momento" a existência dessa célula representou um perigo, porque ela estava sob vigilância "em todos os momentos".
Cerca 360 agentes da polícia catalã participaram da ação realizada nas regiões de Terrassa, Sabadell, Barcelona, Sant Quirze del Vallès e Valls. Essa célula foi a que tentou enviar três jovens para a Síria, em dezembro. Os jovens, entre eles um brasileiro, foram detidos na Bulgária, durante a viagem para se unir aos extremistas em território sírio.
A célula também enviou um jovem combatente para o Iraque. Cerca de 100 espanhóis são suspeitos de terem se unido a facções jihadistas no Iraque e na Síria.
CN/lusa/afp/ap/rtr
"Estado Islâmico" tenta apagar história
Militantes do EI estão destruindo artefatos culturais de milhares de anos no Iraque. O estrago foi condenado mundo afora e fez o Iraque pedir ajuda internacional.
Foto: Mohammad Kazemian
Acabando com o patrimônio
Militantes do "Estado Islâmico" (EI) saquearam e destruíram estátuas em museus de Mossul, no norte do Iraque. Acredita-se que as relíquias pertenciam à antiga civilização mesopotâmica. Os jihadistas, que tomaram grande parte do Iraque e da Síria, afirmam que sua interpretação do islã exige que as estátuas e artefatos culturais sejam destruídos. Muitos estudiosos do islã condenam a ação do grupo.
Estas são as ruínas de Hatra, construída há 2 mil anos pelo Império Selêucida, que controlava grande parte do mundo antigo. Segundo relatos, militantes do EI trouxeram escavadeiras para destruir a cidade. "A luta deles é por identidade, querem destruir a região, principalmente o Iraque, e seus patrimônios da humanidade", disse o ministro do Turismo do Iraque, Adel Shirshab.
Os membros do grupo militante também destruíram parte de Nínive, antiga cidade no norte do Iraque, considerada o berço da civilização por muitos arqueólogos ocidentais. "Já era esperado que o EI a destruísse", disse o ministro do Turismo iraquiano aos jornalistas. A ONU classificou a destruição de "crime de guerra".
"O céu não está nas mãos dos iraquianos. Por isso, a comunidade internacional tem que tomar uma atitude", disse o ministro do Turismo do Iraque ao pedir ataques aéreos contra os extremistas do EI. Bagdá afirmou que os militantes do EI estão desafiando "a vontade do mundo e os sentimentos de humanidade".
Os militantes do EI afirmam que as esculturas antigas entram em contradição com sua interpretação radical dos princípios do islã, que proíbem a adoração de estátuas. E quando os jihadistas não as estão destruindo, estão lucrando com elas. Especialistas afirmam que o grupo está faturando no mercado internacional com a venda de estátuas menores, enquanto as maiores são destruídas.
Estudiosos costumam comparar a destruição do patrimônio cultural por parte do EI à demolição dos Budas Gigantes de Bamiyan, pelos talibãs afegãos, em 2001. Hoje, há somente um espaço vazio onde as grandes estátuas ficavam. Entretanto, alguns temem que o estrago causado pelo EI às ruínas da antiga civilização mesopotâmica, pioneira da agricultura e da escrita, possa ser ainda mais devastador.