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Polícia recomenda indiciamento de Netanyahu por corrupção

13 de fevereiro de 2018

Primeiro-ministro de Israel é suspeito de ter recebido propina de milionários em troca de favores, além de ter feito acordo com dono de jornal por cobertura mais positiva. Premiê nega as acusações.

Benjamin Netanyahu
Polícia investigou acusações contra Netanyahu por mais de um anoFoto: picture-alliance/AP Photo/R. Zvulun

A polícia israelense recomendou nesta terça-feira (13/02) à Procuradoria-Geral de Israel o indiciamento do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, por corrupção, fraude e abuso de confiança, em referência a dois casos pelos quais ele era investigado há mais de um ano.

"Ao terminar a investigação do Caso 1.000, a polícia concluiu que há evidências suficientes contra o primeiro-ministro por suspeitas dos crimes de receber propina, fraude e abuso de confiança em relação à sua conexão com Arnon Milchan e fraude e abuso de confiança na sua conexão com o empresário australiano James Packer", diz a nota policial.

Netanyahu é investigado por aceitar presentes luxuosos do produtor de Hollywood Arnon Milchan e do milionário australiano James Packer, como joias, charutos e champanhe francês, em troca de favores. O valor total dos presentes recebidos, tanto para o premiê como para sua família, ultrapassou 280 mil dólares.

Em troca, o líder teria sancionado incentivos fiscais, ajudado Milchan a conseguir um visto para os Estados Unidos e o auxiliado no mercado de mídia israelense, além de tê-lo apresentado a um empresário indiano.

O primeiro-ministro e sua esposa, Sara, reconheceram ter recebido os presentes, mas alegaram que era uma mera gentileza "entre amigos" e negam ter dado qualquer coisa em troca.

No segundo caso, denominado 2.000, é investigada uma suposta tentativa de pacto entre Netanyahu e Arnon Mozes, editor de um dos jornais de maior circulação em Israel, o Yedioth Ahronoth, que propunha uma cobertura mais positiva do premiê em troca de dificultar a distribuição do diário concorrente Israel Hayom.

A polícia também recomendou acusar Milchan e Mozes pelo crime de suborno. Milchan e Netanyahu negam as acusações. O premiê foi interrogado pela polícia em várias ocasiões no ano passado.

Pronunciamento de Netahyahu

Após o anúncio da polícia, o primeiro-ministro fez um pronunciamento transmitido pela televisão. Netahyahu afirmou que nunca buscou o ganho pessoal no serviço público e qualificou as acusações de "difamação" contra ele e sua família com o objetivo de "tirá-lo do poder".

"Atacaram brutalmente minha mulher e meus filhos para me ferir", disse Netahyahu, que acrescentou que continuará exercendo o cargo de primeiro-ministro "de maneira responsável e fiel", já que "desta vez as coisas terminarão em nada", pois as acusações não têm "nenhum fundamento".

Cabe agora ao procurador-geral Avishaï Mandelblit decidir se acata a recomendação da polícia. Essa decisão pode levar semanas. O primeiro-ministro pode continuar no cargo durante o processo, caso ele seja aberto.

CN/efe/rtr/lusa/afp

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