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Polícia usa bombas de gás para dispersar dois protestos anti-Copa em SP

Marina Estarque, de São Paulo / Fernando Caulyt12 de junho de 2014

Antes do pontapé inicial do Mundial, polícia dispersa manifestações na região do estádio de abertura. Homem é detido e duas jornalistas da CNN ficam feridas. Rio de Janeiro também tem protesto.

Foto: Reuters

A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e balas de borracha para dispersar duas manifestações anti-Copa nesta quinta-feira (12/06) na zona leste de São Paulo, onde fica o estádio da abertura do Mundial.

A primeira manifestação aconteceu próximo à estação de metrô Vila Carrão. Durante o confronto entre policiais e manifestantes, houve tumulto e correria nas ruas laterais da estação.

O grupo de mais de cem pessoas, que se reuniu às 10h na estação de metrô, não teria atendido ao pedido da PM de se afastar da Radial Leste – que é a principal ligação das delegações ao estádio do Itaquerão, que se localiza a cerca de 10 quilômetros do local onde aconteceu o protesto. Um homem que não quis desbloquear a Radial Leste foi detido pela polícia.

Duas jornalistas da CNN – Barbara Arvanitidis e Shasta Darlington – foram feridas por estilhaços de bombas de efeito moral usadas pela Polícia Militar e foram levadas a um hospital da região. Depois de ter o protesto dispersado pela polícia, os manifestantes tentaram se reagrupar, e a PM voltou a lançar mais bombas de dispersão.

Depois de se dispersarem das proximidades da estação de metrô Vila Carrão, vários manifestantes se dirigiram ao protesto do Sindicato dos Metroviários que ocorre próximo à estação de metrô Tatuapé. Eles pediam a readmissão de 42 trabalhadores que foram demitidos por justa causa pelo governo estadual em função da greve da categoria.

Policiais militares nas proximidades da estação de metrô Vila CarrãoFoto: Reuters

Um grupo de black blocs colocou fogo em lixo, cadeiras e ainda tentou arrancar placas de sinalização de trânsito. Com isso, a tropa de choque avançou e atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha sobre os manifestantes. Com a confusão, grande parte dos manifestantes se refugiou dentro da sede do Sindicato e a polícia cercou o edifício.

“Nós não queremos fechar a Radial, mas fazer uma passeata pelo centro do Tatuapé”, afirma o presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Paulo Pasin. “Estou muito preocupado com a aglomeração de pessoas e lamentamos a atuação da polícia. Dessa vez, todo o mundo pode ver que os brasileiros não têm direito a greve e manifestação, que era totalmente pacífica.”

Por volta das 13 horas, sindicalistas informaram que a saída dos manifestantes do edifício da entidade foi negociada com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e com a Polícia Militar, e o ato foi encerrado. Cerca de 40 black blocs, porém, caminharam pelas ruas do bairro de Tatuapé e a polícia lançou bombas de efeito moral para dispersá-los.

Outros dois protestos estão marcados para esta quinta-feira em São Paulo. Um deles vai ocorrer na invasão Copa do Povo, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), localizada a 3,5 quilômetros de distância do Itaquerão. Segundo o MTST, o protesto será pacífico.

No Rio de Janeiro, cerca de 250 pessoas fizeram um protesto pacífico na Candelária, no centro da cidade. O grupo fechou os dois sentidos da Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade.

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