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Polícia europeia prende 30 suspeitos de terrorismo

16 de janeiro de 2015

Operações de grande escala ocorreram na França, na Bélgica e na Alemanha. Detidos são suspeitos de planejar ações jihadistas e parte deles foi treinada na Síria e no Iraque.

Polícia belga revista apartamento em VerviersFoto: Reuters

Autoridades de segurança da Bélgica, da França e da Alemanha prenderam 30 suspeitos de terrorismo nesta sexta-feira (16/01), no curso das investigações sobre possíveis planos de atentados após a série de ataques em Paris. Em entrevista coletiva, a promotoria pública da Bélgica afirmou que se conseguiu impedir por pouco uma série de graves ataques à polícia nacional.

Nas operações antiterrorismo lançadas na véspera em Verviers, no leste do país, e em Bruxelas e arredores, foram presos 13 suspeitos. Dois outros presumíveis jihadistas, ainda não identificados, morreram durante o tiroteio com a polícia na operação em Verviers, próximo à fronteira alemã, e um homem de 25 anos foi capturado. Mais dois belgas foram presos na França.

Segundo as autoridades, o grupo "estava prestes a executar ataques terroristas para matar policiais em vias públicas e delegacias". Vários deles participaram da guerra civil na Síria. A polícia encontrou em sua posse fuzis do tipo kalashnikov, explosivos, munição e uniformes policiais que poderiam ser usados em ataques.

"Posso confirmar que começamos as investigações antes dos ataques em Paris", declarou o porta-voz da promotoria. As detenções significam que foi desmantelada "não apenas uma célula terrorista, mas também sua rede de apoio". Não se constatou ligação entre a célula jihadista belga e os atentados em Paris da semana passada.

Na França, 12 presos

Além dos dois belgas presos na fronteira, o Ministério Público de Paris divulgou que, na noite de quinta para sexta-feira, em subúrbios da capital, a polícia deteve 12 pessoas presumivelmente ligadas aos atentados da semana passada, que deixaram 17 vítimas fatais.

Uma fonte judicial declarou que os nove homens e três mulheres serão interrogados sobre "possível apoio logístico" aos autores dos ataques, incluindo armas e veículos.

As forças de segurança seguem com buscas em Montrouge, nos arredores parisienses, onde, na semana anterior, o terrorista Amedy Coulibaly matou uma policial. As investigações também prosseguem em Grigny, onde ele cresceu, assim como em Fleury-Merogis e Epinay-sur-Seine.

De acordo com uma fonte policial, nos últimos dias os investigadores têm mantido vários indivíduos sobre vigilância. Eles teriam sido apontados, em interrogatório, por pessoas ligadas aos irmãos Kouachi – autores do ataque ao semanário satírico Charlie Hebdo – e a Amedy Coulbaly – que matou quatro reféns num mercado judaico.

Entre outras pistas, os investigadores buscam o carro de Hayat Boumeddiene, companheira de Coulibaly, que se acredita estar na Síria. A polícia francesa também investiga eventuais conexões entre Coulibaly e um homem detido nesta quinta-feira por comércio ilegal de armas na cidade belga de Charleroi, perto da fronteira com a França.

Batida antiterrorista em BerlimFoto: Reuters/F. Bensch

Jihadistas em Berlim

Também como parte de uma grande operação antiterrorismo, a polícia de Berlim prendeu nesta sexta-feira dois suspeitos de planejarem um atentado na Síria e de recrutarem combatentes para o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI). Segundo os agentes, não há indícios de que estivessem planejando ataques na Alemanha.

Três tropas de operações especiais e 250 investigadores realizaram buscas em 11 residências berlinenses. Além dos dois detidos, de origem turca, três outros homens ligados a eles estão sob suspeita de fornecimento de dinheiro, equipamento de visão noturna e passagens de avião.

Um dos presos, Ismet D., de 41 anos, é acusado de liderar um grupo radical islâmico no bairro de Tiergarten, composto sobretudo por cidadãos turcos e russos da Tchetchênia e do Daguestão. Ele os teria preparado para se unirem à jihad na Síria e estava pronto a viajar, possivelmente para fronteira turco-síria. O outro detido, Emin F., de 43 anos, seria responsável pelas finanças do grupo.

As detenções na capital alemã fazem parte de investigações iniciadas há meses no país, que recentemente resultaram em várias buscas e prisões de indivíduos que retornaram da Síria e do Iraque. O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, assegurou que "as autoridades alemães de segurança estão empreendendo tudo para proteger a população de forma eficaz".

Também nesta sexta-feira, a Justiça emitiu mandado de prisão contra um teuto-tunisiano de 26 anos, detido na véspera na cidade de Wolfsburg. Ele é acusado de ter se aliado ao EI e sido treinado pelo grupo na Síria.

As autoridades alemãs estimam que haja mais de 43 mil indivíduos ligados aos meios fundamentalistas no país. Cerca de mil são classificados como "terrorista islamista", e 260 são considerados perigosos e, portanto, eventuais autores de atentados.

AV/afp/rtr/ap/dpa

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