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Alemanha adota medidas

29 de abril de 2009

Governo diz que país está bem preparado e não há motivo para pânico. Aeroportos adotam controle de passageiros. Médicos alemães dizem que gripe suína não é tão letal se comparada com "gripes normais".

Três casos confirmados no paísFoto: AP

O governo da Alemanha está tomando todas as medidas necessárias para proteger a população da gripe suína, afirmou nesta quarta-feira (29/04) a primeira-ministra Angela Merkel. Ela disse que o país está bem preparado e que não há motivos para pânico.

A ministra alemã da Saúde, Ulla Schmidt, disse que o governo acompanha a situação com preocupação. "Ninguém pode no momento afirmar o que vai acontecer", avaliou. Segundo o diretor do Instituto Robert Koch, Jörg Hacker, há novos casos suspeitos no país.

Até o início da noite desta quarta-feira foram confirmados três casos de gripe suína na Alemanha. Os três pacientes diagnosticados com a doença – um homem e uma mulher na Baviera e uma mulher em Hamburgo – não correm risco de vida. Os três retornaram de viagens ao México.

Nos aeroportos alemães, o controle foi reforçado. Em Frankfurt, Munique e Dusseldorf, médicos estão examinando passageiros vindos do México. A Lufthansa anunciou que haverá um médico a bordo de todos os voos que tenham como destino ou origem o país da América do Norte.

Mas especialistas alertam que o controle em aeroportos é ineficiente, já que os sintomas da gripe suína podem levar alguns dias para se manifestar.

União Europeia

Em toda a União Europeia foram diagnosticados cerca de 20 casos da doença até a noite desta quarta-feira, a metade deles na Espanha. Segundo o governo espanhol, entre os infectados está uma pessoa que não passou pelo México.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que está próxima de declarar o nível 5 de alerta de pandemia (epidemia generalizada), numa escala de 6. Isso aconteceria caso pessoas infectadas em ao menos dois países estejam transmitindo a doença a outras pessoas regularmente.

Nesta quinta-feira, em Luxemburgo, os 27 países-membros da União Europeia (UE) querem definir uma ação conjunta contra a gripe suína. A França exige a proibição de todos os voos da Europa para o México.

Risco de vida?

A boa recuperação dos três pacientes diagnosticados com a gripe suína na Alemanha levou médicos alemães a relativizar a periculosidade do novo vírus.

Pelos cálculos do imunologista berlinense Stefan Kaufmann, do Instituto Max Planck, menos de 1% das pessoas infectadas correm risco de vida. No caso de uma infecção com o vírus da gripe aviária, por exemplo, o risco sobe para 30% ou até 50%.

É o mesmo argumento usado pelo biólogo da Universidade de Halle Alexander Kekulé. Segundo ele, até o momento a proporção é de uma morte para cada 3 mil casos registrados. No caso de uma pandemia, a proporção é de no mínimo quatro mortes em mil infectados, disse Kekulé ao site Spiegel Online.

Segundo o virólogo da Universidade Humboldt Detlev Krüger, em média morrem 20 mil pessoas por ano na Alemanha vítimas das gripes "normais". "No caso da gripe suína, morreram até o momento algumas dezenas de pessoas. Se fizermos essa comparação, é incompreensível toda essa agitação", afirmou ao site Tagesschau.

Transmissão de uma pessoa para a outra

Mas os médicos ressalvam que a periculosidade da gripe suína reside no fato de ela ser transmissível de uma pessoa para a outra, ao contrário da gripe aviária. Esta só pode ser transmitida para um ser humano por um pássaro, o que raramente ocorre.

"Mas os medicamentos hoje conhecidos têm efeito, e uma vacina pode ser desenvolvida em três a seis meses", disse Kaufmann sobre a gripe suína.

Krüger também descartou comparações com a gripe espanhola de 1918, que matou cerca de 35 milhões de pessoas. "Essa comparação é difícil, porque hoje os medicamentos são mais eficientes e a saúde da população – pelo menos na Europa – é claramente melhor. Na época, logo após a Primeira Guerra Mundial, o estado geral de saúde era muito pior", avaliou.

O virólogo da Universidade Humboldt lembrou ainda que o vírus da gripe espanhola – que também fazia parte do grupo H1N1 – era especialmente perigoso.

AS/dpa/ap/afp
Revisão: Simone Lopes

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